Um minuto de silêncio – EP O2 • Season 2: Guardiões caídos

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Yey, segundo episódio fresquinho na mesa. Nem eu to acreditando, que consegui postar em tão pouco tempo. Confesso que eu amei muito escrever essa parte, espero que amem também!

Antes de tudo, se você caiu aqui de paraquedas ou até mesmo se não sabe se leu o episódio ado ou não, dê uma olhada no link que vou deixar abaixo, lá terão todos os episódios de guardiões caídos, incluindo os da season 1.

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Episódio O2

SEASON 2

— ALAN! ALAN! — Meus gritos se misturam nas sombras.

  Meu arco continua a disparar, enquanto mais e mais soytas aparecem no meu campo de visão. Um deles me ataca por trás, covarde. Pego minha adaga amarrada na coxa e acerto em seu ombro, ele vira fumaça, enquanto ainda agachada eu acerto outro que vem pela direita.

— ALAN!!!

  Uma névoa branca começa a tomar conta do lugar, três soytas que estavam se aproximando pela minha frente desabam, enquanto lutam por oxigênio. Então eu vejo ele, como um deus no céu, a névoa branca envolvendo-o num casulo de proteção majestoso, mexas de seu cabelo voando, junto com todo o seu corpo que levita em minha direção. Seus olhos estão tomados pelo poder, enquanto a névoa continua a fluir pelo seu corpo, atacando todos aqueles que ousam se aproximar de nós dois.

— Até que você ficou bom nisso. — Digo pela nossa ligação.

— Minha professora é a melhor.

  Sorrio enquanto meu arco continua a disparar flechas prateadas, freneticamente atravessando a escuridão. São muitos deles, e quanto mais lutamos, mais aparecem, como coelhos se procriando. Alan e eu nos juntamos ainda mais, um virado para cada lado, usando cada gota de esforço. Quando meus dedos começam a doer de tanto puxar a corda do arco, um portal é aberto ao nosso lado.

  Seguro a respiração enquanto troco o arco por duas espadas de aço divino — as mesmas de Declan —, esperando que por aquele portal mais soytas arão, mas o que eu vejo me tira o ar. Uma garota de cabelos brancos entra no campo, voando com raios rugindo por toda a sua pele, cada fio de cabelo dela tomado por poder. Ela direciona as mãos com força para o solo a nossa frente, cada soyta atingido começa a cair, com os corpos sendo consumidos por raios de energia amarelos e vermelhos. Por um segundo eu viro meu arco em sua direção, mas minha insegurança sessa quando vejo atrás dela meu gaianin, Declan.

  Nós quatro nos juntamos, enquanto Alan e Summer tomam o ar, eu e Declan somos guerreiros no solo. Nossas espadas e arcos são imbatíveis quando estamos juntos, ele joga uma adaga para mim, a lanço a nossa direita, acertando em cheio uma cabeça pálida. Vejo um soyta voar até Alan e em seguida mais três outros, o deixando cercado. Sua névoa consegue tomar os dois a sua frente, mas os dois de trás seguram em seus braços, o prendendo e interrompendo seu poder, que rasga pela pele tentando se libertar. Então, eu vejo Summer se preparar para ataca-los.

— SUMMER NÃO, NÃO, VOCÊ VAI ACERTAR ALAN! — Berro em meio ao cansaço, enquanto continuo a brandir minha espada, mas é tarde demais.

  Ela joga toda sua força na direção do soyta, mas no ultimo segundo ele desvia e o raio de energia acerta em cheio no peito de Alan, ele voa para trás com toda a força. Tento me teletransportar o mais rápido que posso, mas só consigo chegar depois que seu corpo forte acerta o muro e cai no chão.

Meu coração está quase saindo do peito, enquanto meus olhos e corpo só conseguem pensar em Alan. Me jogo ao seu lado e o viro para cima, seus olhos estão fechados, me aproximo para ouvir seu coração, mas só encontro o silêncio. Sou tomada por um tipo de medo inexplicável, minhas mãos tremem quando seguro em seu rosto.

— Não Alan, não, não...

Não percebi que Summer e Declan se aproximaram, e nem mesmo que os soytas se foram. Ela está branca, enquanto Declan segura com força em sua mão. Meus olhos ainda não se distraíram dele, seus lábios roxos em constraste com o líquido azul que desliza até o queixo. Olho para Declan e não sei se é a nossa ligação ou se meus olhos entregaram tudo, mas ele sabe exatamente o que eu vou fazer.

— Tairin, não! — Sua voz é um comando forte e grosso, que eu ignoro sem nem pensar duas vezes.

  Meu corpo todo se acende quando minhas asas aparecem, douradas e brancas, cobertas por benção divina. Arranco uma das penas, que sangra com o ato repentino, sinto a dor da perda profundamente, mas ignoro isso também, só Alan a pelos meus pensamentos agora.

— Airin... você não pode.

— CALA A BOCA DECLAN, AGORA.

  Volto para Alan, minha mão acende quando a pena começa a se transformar em gotas de benção divina, quando a água fica translúcida à levo até seus lábios. Por uns segundos eu acho que não funcionou, o desespero começa a tomar cada parte de mim, mas de repente Alan acende de dentro para fora, consigo ver suas veias brilhando dos pés a cabeça, e então ele abre os olhos brancos enquanto puxa uma lufada de ar. Desabo no chão com alívio e sem acreditar no que acabei de fazer, minha cabeça cai em seus ombros, ele me aperta com força.

— Não sabia que eu teria que quase morrer para você finalmente se jogar em mim, valeu a pena.

— Idiota.

— Vamos para casa, linda.

[...]

  Naquela noite eu não consegui pregar os olhos, não faz sentido o porquê de repente tantos soytas assim vieram atrás de nós, não eram nem para saber da existência de Alan. Só de pensar nele meu corpo estremece, lembrando do jeito que eu quase pude ouvir seus ossos quebrando quando bateram no muro; do jeito que meu coração parou junto quando não ouvi o dele bater.

  Estou sentada no sofá quando a porta do outro quarto se abre, com um Declan sem camisa e descabelado ando por ela. Ele se joga ao meu lado com as pernas descansando na mesinha de centro. Não falamos por minutos, até que sua voz corta nosso silêncio.

— Você sabe o que vai acontecer agora, certo?

— Uhum.

Estamos sussurrando nossos medos e angustias, só pelo barulho do ar entrando e esvaziando nossos corpos. Ele me puxa para perto, eu me permito deixar que apenas uma única lágrima desça pela minha bochecha.

— Vou estar aqui Airin, como sempre.

— Eu sei.

  Senti falta dele, e do jeito que praticamente lemos os pensamentos um do outro. Somos gainins, almas ligadas, e mais do que isso, melhores amigos.

— Gostei dela. — Digo me referindo a Summer.

  Depois que chegamos em casa, ela pediu desculpas para mim e para Alan, eu não precisava de mais do que isso, já que estava escrito por todo o seu corpo o quanto ela estava sendo sincera. O que meus olhos também não deixaram de notar, foi o jeito que Declan não saiu de perto dela nem por um segundo se quer, quase como se estivesse com medo de que alguma partícula de Summer tenha se machucado.

— Eu também.

— Muito? — Pergunto e percebo que meu coração não arde quando penso neles dois juntos, na verdade, fico feliz por saber que Declan não estava sozinho por todo esse tempo em que estivemos separados.

— Muito. — Ele sussurra e me aperta com mais força. — E você e o jogador?

— Muito. — Só isso já faz com que ele entenda a magnitude do que sinto por Alan.

[...]

~ Declan pov ~

  Depois de conversar sobre algumas coisas e depois de não conversar sobre mais nada, Airin e eu decidimos tentar dormir pelo menos por uma hora. Abro a porta do quarto bem devagar para não despertar Summer, vejo que seu cabelo branco é uma bagunça jogada pelo travesseiro, seu corpo todo moldado pelo lençol azul que Airin nos emprestou. Me deito ao seu lado e me perco enquanto o meus olhos por cada centímetro dela, só para confirmar se está tudo bem.

— É meio assustador quando você fica me encarando assim. — Sua voz é um sussurro sonolento, delicioso para os meus ouvidos.

  Eu poderia ouvir uma Summer sonolenta todos os dias e isso nunca deixaria de me arrepiar por dentro.

— Você estava babando. — Digo sorrindo quando seus olhos me encaram com intensidade.

— Sabe Declan, você tem um dom.

— Ser incrível? Concordo.

— Me irritar. — Ela belisca meu ombro, mas eu aproveito a deixa para segurar seu pulso e a trazer para bem perto de mim.

— Você gosta.

  Abaixo meu rosto até o seu pescoço e respiro fundo, sentindo o cheiro de Summer me inebriar por dentro. Ficar perto dela assim me deixa quase tonto, sentir seu corpo colado no meu é como um remédio direto na veia. Sua respiração é tão pesada quanto a minha, seu coração bate tão forte quanto o meu.

— Fiquei com medo hoje.

— Eu sei me cuidar Declan.

— Ah, eu sei disso. Eu é que não sei me cuidar sem você.

  Beijo o canto da sua boca e me afasto, ela solta um suspiro quando cola sua boca na minha com vontade. Sorrio entre os nossos lábios, desesperados por mais. Essa é a minha garota, ela pega o que ela quer.

[...]

~ Alan pov ~

  Acordo sentindo uma Airin muito enrolada dentro dos meus braços, os fios de seu cabelo fazem cosquinha no meu rosto e me fazem sorrir. Respiro fundo enquanto deixo esse pedaço de paz entrar em mim.

  Percebo que ela acordou quando seu corpo fica tenso no nosso casulo, ela tenta se desvencilhar, mas a aperto ainda mais nos meus braços. Enrolo nossas pernas juntas, quase que em uma tática de judô que eu não chego nem perto de saber nomear.

— Bom dia linda, nosso encontro ontem foi interessante, mas acho que da próxima vez a gente deveria só ir jantar, não acha?

Ela não sorri, mas vira na minha direção, deixando nossos olhos quase colados um no outro.

— Não é engraçado Alan, eu achei que...

  Ela respira fundo e enrola os dedos nas mexas do meu cabelo.

— Que eu tinha perdido você.

  Ainda a olhando, eu deixo que minha boca caia sobre a sua em um beijo tão cheio de sentimento, tão lento, só porquê quero que ela sinta cada parte de mim se entregando de joelhos para ela. Quando separamos nossos lábios, continuamos de olhos fechados respirando o ar um do outro.

— Estou bem aqui, vai ficar tudo bem.

  Nosso momento é quebrado por uma batida na porta.

— Acordem, temos cartas na sala e uma delas tem um selo azul muito pomposo.

— Pomposo? — Sussurro para Airin que ri baixinho.

— EU OUVI EM. — Grita Declan do outro lado e então nos entregamos aos risos, quase como se estivéssemos precisando exatamente disso para respirar.

  Saímos do quarto e sentamos todos na sala, encarando duas cartas na mesinha de centro. Ninguém tem coragem de abri-las.

— A gente por acaso vai abrir elas com o poder da mente? — Summer diz, enquanto a os olhos por todos nós, que continuamos sem mexer um músculo se quer. Ela suspira e pega uma das cartas, exatamente a com o selo azul de Denatore.

— Tairin de Maldesova, você será punida pelo tribunal sagrado por ter usado benção divida a um elementar, que não pode ser considerado um anjo puro. Aceite sua sentença e caía dos céus. — Summer lê e em seguida encara Airin. — Oh uau, isso parece sério.

— O que isso quer dizer Tairin? — Pergunto enquanto me aproximo dela.

  Airin deixa os ombros caírem, enquanto apoia os cotovelos nos joelhos e olha para o chão de madeira, como se fosse uma incógnita a ser resolvida. Ela não me responde, então olho para Declan que também tem os olhos colados nela.

— Ela foi expulsa dos céus, vão lhe arrancar as asas... Um anjo caído.

Continua...

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E acabou, o próximo episódio é o ultimo dessa season, o que significa que depois vem a season finale, finalmente né amados. Espero de coração que estejam se divertindo comigo nesse mundão.

  Teve uma música que tomou incessantemente meu tempo quando eu estava escrevendo, me inspirou bastante, então vou jogar ela aqui para que deem uma olhada, ou até mesmo para que usem de inspiração em suas próprias histórias.

solta o som: :milky_way:

No primeiro episódio da season 1, eu fiz um desenho da Tairin, dessa vez eu senti que a Summer ficaria chateada se eu não fizesse um para ela também, então aqui está (obs: não me julga):

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