Jesus é um nome pagão?

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                                             ⤹ં㊜٫ Introdução.𝄒᭡

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- Graça e paz a todos! Gostaria de conversar com vocês, sobre o nome de Jesus. Alguns dizem e afirmam que esse nome é pagão, mas será verdade?

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                                                ⤹ં㊜٫ Tᴏ́ᴘɪᴄᴏ.𝄒᭡

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Explicando o nome

É importante falarmos sobre tal nome, pois muitos, por falta de análise, não conseguem ver o grande significado na escolha do mesmo. Jesus, uma palavra portuguesa, segundo Hendriksen, vem de uma palavra latina (Iesus) que, por sua vez, vem da palavra grega bastante semelhante “Ἰησοῦν”. Esta, por sua vez, é a forma helenizada do nome hebraico “ישוע” (ou Jeshua), forma abreviada de “יהושׁע” (Jehoshua). Esta última significa “Jeová é salvação”. Hendriksen continua dizendo que “Na forma abreviada – Jeshua – a ênfase recai no verbo; portanto, ele certamente salvará”. Rienecker pontua que “o nome Jesus corresponde ao nome Josué no AT. Assim como Josué, Jesus é verdadeiramente o “único”, que liberta a terra toda e a preenche com a presença pessoal de Deus”. Champlin pontua que por este nome, “o Senhor foi definitivamente identificado às esperanças e profecias dos judeus relacionados ao Messias prometido”.

As suposições e suas respostas

É mal pontuado por parte de alguns, que o nome “Jesus” signifique coisas absurdas como “Júpter” ou “cavalo”, apologias a “Zeus”, entre outras. É notório que essa tese se encontra totalmente incoerente, não somente com a Palavra, como também com a história do nome. Champlin pontua bem, quando diz que Iesous é a “forma helenizada do nome hebraico Yeshua”. Desta maneira, notamos que os próprios judeus trouxeram esta tradução, e não a igreja “influenciada pelo paganismo”, como afirmam alguns.

D. A. Carson pontua também, que o nome Jesus é a “forma grega de “Josué”. O qual notamos em At 7:45, onde Josué é trazido como “Ἰησοῦ” e “Ἰησοῦς” (em Hb 4:8). Muitos erroneamente trazem uma ideia de que “Iesous” traga “cavalo”, “סוּס” (sus) em hebraico. Esta falsa pressuposição, entretanto, ignora o fato de Iesous ser uma palavra grega, e tentam pegar significados hebraicos para a mesma. Seria como se pegássemos a palavra “sede”, palavra utilizada para se referir à vontade de beber, e jogássemos a mesma como “seed”, e diríamos que, por ter uma sonoridade parecida, o significado real seria semente. Outro exemplo seria o de “sei”, do verbo saber, e “say”, de dizer; ou “neve” e “never”; etc. O grande problema é que essas línguas têm suas diferenças, e devemos compreender que, mesmo trazendo sonoridades parecidas, é incoerente que apliquemos um significado hebraico em uma palavra de origem grega, que ao ver dos próprios judeus, foi a melhor maneira de se trazer “Yeshua” para o hebraico.

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Outros acabam dizendo que a letra “J”, no latim, foi colocada por causa de “Júpter”, uma divindade pagã da época. Entretanto, sabemos muito bem que a letra J não existia no latim, e por isso, dizer que a letra “J” fazia menção a uma divindade pagã é incoerente, devido a inexistência da mesma nessa época. É levantado, por alguns ainda, a ideia de que, pelo fato de a letra “J” não existir, o uso do “J” nas línguas neolatinas é uma falha, visto que, no hebraico, grego e latim, não tínhamos tal letra. Quando analisamos a fonologia daquela época, percebemos, por exemplo, que o “Z”, ou “dzeta”, no grego, não pertencia ao alfabeto latim, que era composto somente por 21 letras. Com a influência de Roma, duas letras que faziam parte da fonologia dos romanos, foram adicionadas ao alfabeto latim, sendo elas o “Y” e o “Z”. Roma, ao montar seu alfabeto, utilizou como base o que conhecemos como “alfabeto etrusco”, que, por sua vez, utilizou do alfabeto “grego ocidental”. Os romanos, ao trazer o alfabeto etrusco para sua língua, possuía o som “gue”, e precisavam de uma letra para representar o som graficamente. Desta maneira, utilizaram do gama para representá-la. Devemos pontuar que o “Z”, como dito anteriormente, não existia na pronúncia romana, mas foi mantido no alfabeto, para que, ao trazerem textos gregos para o latim, utilizassem do “Z” para representar a sonoridade que a palavra trazia. Com a chegada da idade média, de maneira a diferenciar sons, o “i alongado” virou o “J”. Se pegamos, por exemplo, no próprio latim, o “J” terá o som de “I”. Quando trazemos para o português, de maneira a explicar todo aquele processo de existir um som, e ele precisar ser representado graficamente, o “J” é a representação gráfica do som que nós fazemos quando o pronunciamos. No espanhol, por exemplo, notamos que a letra “J” possui o som de “rr”. No alemão, a letra “J” possui o som de “I”. Desta maneira, “Jesus” em latim, seria pronunciado como “Iesus”, e, por causa do processo fonológico e suas diferentes representações em vários lugares, o Brasil mantém-se a pronúncia atualmente conhecida.

Ainda no latim, temos também a ideia de que “sus” signifique porco. Nós precisamos compreender que, primeiramente, outras mais de 600 palavras contém o “sus”, e estaríamos sendo injustos ao fazer desta uma exceção. Ao pegarmos palavras como, por exemplo, lapsus, que significa escorregar, notamos que não existe nenhuma referência a ideia de que o “sus” faça menção a “porco”. Este erro é pontuado por D. A. Carson, em seu livro “Os perigos da interpretação bíblica”, como uma “falácia do radical”. A falácia do radical seria, teoricamente, a ideia de que o significado de uma palavra estaria ligada à sua etimologia inicial. Um exemplo de “erro de radical” é mostrado na palavra “ekklesia”, que, em sua etimologia traz a ideia de “chamado para fora”, entretanto, este não é o significado que a Bíblia quer trazer do mesmo. O significado bíblico de “ekklesia” (cf. Mounce; Souter; Strong), é o de “assembleia”. Notamos ser este exemplo, algo bem parecido com a ideia de que “Iesus” usaria “Ie” como um prefixo, e “sus” como um sufixo, e que o significado de “sus”, em latim, seria “porco”. Também precisamos pontuar que, a separação de sílabas no latim, conforme podemos ver (Elisa Fontes et al., 2020), nomes masculinos e femininos terminados em “us”, e alguns nomes neutros terminados em “u”, fazem parte da quarta declinação, e desta maneira, o sufixo de "Iesus", conforme os estudos, faz parte desta declinação e tem “us” como seu sufixo, ao invés de “sus”. Por este motivo, não se separa em Ie – sus, mas sim Ies – us, e desta maneira, percebemos que esta errônea separação silábica que é feita por muitos, de maneira a tentar trazer um significado falso para o nome de Jesus, é simplesmente incoerente com as normas de separação silábicas que tínhamos na época.

Por fim, muitos também afirmam que devemos dizer somente “Yehoshua”, de maneira a preservar a verdadeira essência de seu nome, e que dizer Jesus é uma blasfêmia. Devemos pontuar, entretanto, que trazer nomes, de maneira a adequá-los a nossa língua e nossa fonologia não é errado, e ainda, vemos exemplos disso na reforma protestante, como “Martinho Lutero”; “Ulrico Zuínglio”; “João Calvino”; “Jacó Armínio”, que são nomes trazidos para a nossa língua, de maneira a proporcionar uma melhor compreensão e dicção do mesmo. Desta maneira, acredito eu que todas as teorias de conspiração que são jogadas sobre o nome são frutos de uma simples falta de estudo adequado. Desta forma, notamos a importância do correto estudo das Escrituras, pois, a falta deste, tem feito com que várias teorias ou ideias absurdas surjam, e estas, corrompem a mente de várias pessoas.

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                                            ⤹ં㊜٫ Finalização.𝄒᭡

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Com isto, ficamos por aqui! Espero ter tirado suas dúvidas, e estou disposição para dissertar mais sobre tal assunto. Fiquem com Deus, e até a próxima oportunidade!

#TeoloQuestions

- Estética: Fifteen;

- Capa: Elis ;