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ஜ۩۞۩ஜՏҽյɑʍ ҍҽʍ-ѵiղժօՏ!ஜ۩۞۩ஜ
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Olá, caro leitor! Tudo bem convosco? Espero que sim. Bom, essa publicação tem o intuito de mostrar à vocês o meu novo autoral. Espero que gostem; vamos lá.
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Ninguém ia à Vila das Sombras por vontade própria. Era o tipo de lugar que não aparecia em nenhum mapa, mas todo mundo do estado já tinha ouvido falar. A estrada de terra até lá era uma cicatriz torta no meio da mata, ladeada por árvores que pareciam cochichar quando o vento ava.
Rafael chegou numa tarde cinzenta, dirigindo um carro velho e tossindo poeira vermelha. Estava cansado, coberto de suor e com aquela sensação estranha de que não devia estar ali — mas uma carta anônima havia chegado até ele duas semanas antes. Nela, só havia uma frase escrita à mão, com uma caligrafia trêmula:
“Eles não esquecem. Eles só esperam.”
E junto, uma foto em preto e branco de uma criança que se parecia assustadoramente com ele.
A cidade era parada no tempo. Casas de madeira comidas por cupim, postes enferrujados com lâmpadas penduradas por fios como enforcados, e moradores que o observavam como se soubessem de algo que ele ainda não entendia. Os rostos deles eram secos, as feições duras, e ninguém sorria.
Ele se hospedou numa pensão velha no centro, istrada por uma mulher idosa chamada Dona Conceição. Ela o recebeu com olhos opacos e uma fala pausada:
— Você devia ir embora antes do terceiro dia, moço... Aqui ninguém dorme depois da última luz.
Rafael riu, achando que era só mais uma superstição de interior. Mas naquela primeira noite, ele ouviu os do lado de fora do quarto. Lentamente. Como se alguém — ou algo — estivesse se arrastando pela madeira do corredor. Quando abriu a porta, não havia nada... apenas a luz do lampião balançando, como se tivesse sido tocado por uma mão invisível.
Na manhã seguinte, os moradores o evitavam. Quando ava pela praça, paravam de conversar. Uma criança o encarou fixamente até ele virar a esquina. E uma mulher — uma das poucas que falou algo — sussurrou com a voz embargada:
— Eles sabem quem você é...
(...)
Na segunda noite, Rafael começou a sonhar com a mesma criança da foto. Ela aparecia parada à beira de uma estrada, chorando sangue pelos olhos, com a boca costurada e segurando uma boneca de pano rasgada ao meio. Ele acordou encharcado de suor, o coração martelando como um tambor de guerra. Mas o pior não foi o sonho.
O pior foi encontrar, sobre o criado-mudo do quarto, exatamente a mesma boneca do pesadelo.
Ele desceu para falar com Dona Conceição. Ela estava sentada na cozinha, mexendo um mingau preto que exalava um cheiro de terra molhada.
— A boneca... — ele começou, mas ela o cortou com um olhar frio.
— O tempo tá fechando, moço. E quando o tempo fecha aqui... as coisas que tavam enterradas tentam respirar.
Rafael foi até a única igreja do vilarejo, na esperança de encontrar respostas. O padre era um homem de olhar vazio, com a pele fina como papel velho. O interior da igreja era escuro, com janelas tampadas por tábuas. Não havia imagens de santos, nem velas. Apenas um altar coberto por um pano preto e, acima, uma cruz... de cabeça pra baixo.
O padre falou sem que Rafael perguntasse:
— Sua mãe nunca devia ter voltado aqui com você naquele ano...
Rafael congelou.
— Como sabe quem eu sou?
O padre apenas sorriu. E continuou:
— Você era só um bebê. Ela tentou fugir quando soube da marca. Mas Vila das Sombras não perdoa quem quebra o pacto.
Na terceira noite, Rafael não dormiu. O ar ficou denso. As lâmpadas começaram a estourar sozinhas. Da janela, ele viu moradores andando pela rua... mas não caminhavam — deslizavam, como se os pés não tocassem o chão. Murmuravam juntos uma canção em uma língua antiga, gutural, que fazia sua pele arrepiar.
E no final da procissão, vinha ela: a criança da foto.
Mas agora mais velha. Com os olhos totalmente negros, e a boneca pendurada no braço por um arame farpado. Ela apontou para ele. E sorriu.
Rafael desmaiou.
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Quando acordou, estava amarrado numa clareira. Ao redor, os moradores, com os rostos cobertos por máscaras de barro rachado. O padre segurava um livro velho, coberto por couro humano. A criança estava na frente dele, mas seu rosto... era o mesmo dele.
— Você não entende ainda? — disse Dona Conceição, surgindo da escuridão com uma lamparina. — Você nunca saiu daqui. Nunca foi embora. Tudo isso... foi criado por você.
— O quê?
— Você é o filho da terra. Foi enterrado ainda bebê... um sacrifício. Mas a terra te devolveu. Só que, quando voltou... voltou quebrado.
Rafael gritou. Mas a lembrança começou a emergir. Fragmentos de uma infância apagada. Enterro. Vozes. O som da pá rasgando a terra. E então... escuridão.
— Você morreu há vinte anos — disse o padre, aproximando-se. — O que você é agora... é o que restou da culpa da cidade. Um eco. Um fantasma feito de carne e memória.
Rafael olhou para as próprias mãos. Estavam apodrecendo. A pele se desfazendo. Ele gritou novamente, mas agora sua voz era a mesma da criança dos sonhos.
A cidade nunca esqueceu. Porque ele era a cidade.
E Vila das Sombras não esquece os seus mortos.
![A Última LUZ-[C]☠ㅤㅤㅤㅤㅤ☠ㅤㅤㅤㅤㅤ☠
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[C]#Autoral #](https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fpm1.aminoapps.programascracks.com%2F9356%2Fb71745a4e213a71a53c96f05050870eb67fb46c6r1-736-857v2_hq.jpg)
Comments (5)
Boto Fé... cê é o cara :clap:
Responder para: Exú Caveira
Saudades de vocês
Aí sim. Historinha boa de mais
Responder para: :spades: :hearts: J.H :clubs: ◆
Obrigado :relaxed:
E vamos para mais, porque voltei...rss
Responder para: ஓீۣۜ͜͜͡D̷ꫀꪋꪀ ꪟ꩝ꩌꪀᥴꫝꫀ᥉ᥣ͠ꫀᥰ༅࿐
Olha aí coisa boa