A Centelha Lapidada

Eltanin, uma joia lapidada, cativa de uma fagulha cósmica a aquecer-lhe a atmosfera com uma calidez maternal, flutua à deriva pela galáxia Messier em uma dança celestial ininterrupta. Em comparação com a vastidão infindável do espaço, Eltanin é apenas mais um cisco reluzente unido à miríade estelar, como um enxame atirado no esquecimento.

Todavia, transfixando a atmosfera turbulenta, o cenário lívido de um continente dominado pelo gelo tem sua estrela-mãe, Draconis, ascendendo no horizonte timidamente, delineando relevos e picos montanhosos com uma calamidade de tons de azul, anunciando uma nova página ou um novo capítulo na vida dos nativos de Eltanin naquele hemisfério.

O prelúdio da manhã renova as esperanças de um humilde clã eltaniano conhecido por tradições e crenças cuja veemência caracteriza sua identidade cultural. O deleite da luz solar abençoa o nascimento daquela que seria lembrada por muitos pela sua bravura indômita e habilidades singulares, vulgo Mawlak Starfighter, a prece concebida pelos anjos [...]. Um remanso insólito delineia o perfil cálido da recém-nascida Mawlak. A harmonia simétrica dos ângulos faciais se confluem em um semblante a imitar a aurora boreal. Os olhos azuis eram como o reflexo onírico do paraíso; dois oceanos cristalinos aglutinados em duas singelas íris. Mawlak era a síntese da plenitude, assim seu povo decretou; um diamante lapidado por forças divinas. Agraciada pelo sopro da vida, premeditou-se que a criança traria prosperidade ao seu clã e também os livraria do governo despótico perpetuado por tiranos da Primeira Ordem.