Você está marcada no meu coração, Clark!

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ㅤㅤ올⬚゚ㅤㅤㅤBienvenue sur le blog, cher romantique! Com o evento de Páscoa em andamento, surgiu-me a oportunidade de falar sobre um personagem que eu não aceito, de maneira alguma, que tenha escolhido morrer. Oui, mon amour, estamos falando de Will Traynor, o lindo homem na capa. Meu coração pesa ao pensar no triste fim que ele teve, e mesmo sendo por escolha própria, saber da continuação da história me faz querer ainda mais que ele volte à vida e tente seguir da maneira em que está. Sem mais enrolação, continue a leitura, mon amour!

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ㅤㅤ올⬚゚ㅤㅤㅤComo Eu Era Antes de Você é um filme de romance bastante conhecido pelos apaixonados. Estreado em 2016, é uma adaptação do primeiro livro da trilogia de mesmo nome, escrita pela autora Jojo Moyes, tendo duas continuações: Depois de Você e Ainda sou Eu. A história conta a pacata vida de Louisa Clark, que mora no interior da Inglaterra e trabalha em um café. Devido ao pouco lucro do estabelecimento e as dificuldades financeiras, infelizmente ela é mandada embora, pois o dono não poderia manter um funcionário. Sua família dependia da ajuda de Lou, que agora, desempregada, precisava ir em busca de um novo trabalho para ajudar nas despesas da casa. Determinada, Louisa vai a uma agência de empregos e encontra uma vaga para cuidadora no castelo, manifestando interesse devido ao valor salarial oferecido, inscrevendo-se na vaga e sendo chamada para entrevista. Ao ir até o castelo e falar com Camilla, ela descobre que na verdade a pessoa que terá seus cuidados é Will Traynor, filho da mulher, que sofreu um acidente e acabou ficando tetraplégico. Louisa é apresentada ao rapaz, que logo de cara faz uma cena cômica ao encenar um grunhido e uma careta estranha, deixando-a desconfortável e sem graça. Independentemente do desconforto ou de perceber que o rapaz não a queria ali, Lou aceita o emprego, começando, então, sua jornada como cuidadora de Will.

Ambos têm dificuldade de estabelecer uma relação amigável inicialmente, visto que Will fazia de tudo para demonstrar o quanto a achava tapada e que não precisava dela ali, fazendo com que o trabalho de Lou fosse inável. Depois de muitos momentos tensos, a jovem decide dar um basta na situação e o confronta, deixando bem claro que ela não está lá por pena ou porque quer brincar de cuidar de alguém, e sim porque precisa financeiramente daquele emprego. Tal informação faz Will ficar em choque e incomodado, transformando, a partir de então, a atitude dele, que começa a tratá-la de maneira mais respeitosa e amigável. Os personagens constroem uma amizade muito leal e bonita, além de haver interesse romântico por parte dos dois desde que começaram a se aproximar, principalmente quando Louisa descobre os planos de Will: ir para a Suíça e fazer a eutanásia. Determinada a fazê-lo mudar de ideia, Lou faz diversos planejamentos de viagens e atividades inclusivas para cadeirantes, tornando os últimos dias da vida do rapaz coloridos e alegres. Infelizmente, Will não muda de ideia e, no fim, decide continuar com seu plano de ir à Suíça, deixando Louisa completamente devastada e inconformada com a decisão do rapaz.

A história de vida de Will é completamente comovente, pois desde criança ele era um jovem explorador e aventureiro, visto que fez diversas atividades e esportes radicais. A forma como ficou tetraplégico causa grande desconforto à qualidade de vida dele, pois se compararmos a forma como ele a levava antes e a que ele ou a levar depois de ser atropelado, faz com que entendamos o porquê de sua decisão. Imagina viver como uma pessoa saudável a vida inteira, fazendo tudo o que queria e sem ter sofrido nada, para, no fim, atravessar a rua e ser atropelado por uma moto, ficando tetraplégico?! É realmente depressivo, e qualquer ser humano ficaria indignado com essa situação. Cada pessoa teria um nível de indignação diferente, mas acho que poucos teriam a rara decisão de fazer uma eutanásia, principalmente por questões financeiras. É fato que o personagem, devido ao seu estado, ficava doente fácil e, nesses momentos, corria o risco de morrer por conta da fragilidade dele, mas tentar aproveitar o máximo sua vida era tão importante, principalmente porque em Depois de Você, o segundo livro, descobrimos que Will Traynor tem uma filha. Sim, é isso mesmo, ele morreu sem saber que era pai. O filme não abre brechas para uma possível continuação da história, mas nos livros desde sempre a Lou é a protagonista, então acompanhar a trajetória dela com o luto e todas as descobertas novas sobre a vida do seu amado é como estar na pele dela, pois ela a por todas as fases do luto, e nós, leitores, amos juntos, acompanhando todo o processo de superação da personagem.

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ㅤ─ㅤㅤ♡゙⃞⃝𖩣ㅤ ㅤㅤ֔ㅤ Ⲙotivo ㅤㅤㅤⓘㅤ⟭ㅤㅤюㅤ

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ㅤㅤ올⬚゚ㅤㅤㅤAs motivações que me levam a querer ressuscitar o Will são diversas. A começar pela relação dele com a Lou, que é a coisa mais terna que já li (e assisti, porque os atores interpretaram com maestria os personagens), e sem dúvidas marcou fortemente a vida de Will, justamente por conta da personalidade da Louisa e a "incapacidade de ela esconder o que sente". Quando a protagonista a a cuidar de Will, ele nota a pureza e a alegria dela, pois está sempre sorridente e é muito educada com todos, o que por si só já cativa o coração de qualquer pessoa; é uma bondade na sua mais pura essência. Se compararmos Will antes e depois da Lou, percebe-se o quanto ele a amou de alma, bem como o tanto que ele se alegrou com ela em cada momento que aram juntos, pois Clark impactou a vida do rapaz de forma significativamente positiva. Foi totalmente injusto ele ter optado pela eutanásia, mesmo com a Louisa aceitando-o da forma que ele era e se esforçando cada vez mais pelo bem-estar dele, então, para mim, um dos motivos pelos quais ele deveria ressuscitar é para viver verdadeiramente, sem medo de nada, seus dias com a pessoa que mais o fez feliz.

O outro motivo é bem profundo e muito importante. Entrando em uma análise psicológica bem leiga do personagem, fica evidente na obra que Will se tornou uma pessoa depressiva por conta do acidente. Como mencionado anteriormente, ele tinha uma vida bem ativa e aventureira, então o fato de ele estar condenado a ar o resto de sua vida preso a uma cadeira com certeza o corroía todos os dias por dentro. Infelizmente, ele lidava com a situação se isolando de todos e afastando-os, porque nem mesmo aceitava que seus amigos ou sua noiva o vissem daquela forma, como se estivessem com pena. A partir daqui já começa o primeiro ponto: Will não aceitava a sua própria condição, e a sua recusa em perceber que era algo fora de seu controle o afundou totalmente na negatividade, não conseguindo abrir margem para uma visão mais ampla de seu futuro. Ele só pensava no que ele poderia estar fazendo se tivesse a oportunidade de andar novamente, nas coisas mais absurdas que faria, e se esqueceu completamente de pensar no agora e nas pessoas que estavam fazendo a diferença na vida dele. Nesse ponto, eu acho que teria feito uma diferença absurda se Will tivesse seguido com acompanhamento psicológico, principalmente com especialistas em casos iguais aos dele, pois assim o personagem poderia, aos poucos, se sentir acolhido e entendido, além de perceber que a vida é muito mais do que está à frente dos olhos e pode ser vivida de diversas formas.

O terceiro motivo envolve algo apresentado no livro Depois de Você, que sinceramente me deixou ainda triste e querendo que ele estivesse vivo para saber. Acompanhando a rotina de Louisa em Londres após a morte de Will, ela descobre por acaso que ele tem uma filha adolescente, da qual ele nunca soube da existência. Desde então, ambas partem juntas atrás dos avós da menina, que também estavam no processo de luto e tentando recomeçar suas vidas, cada um à sua maneira, dado que se divorciaram. Nesse ponto, acho que Will deveria, sim, estar vivo para contemplar sua filha, que é uma adolescente viva, mas também cheia de problemas. Louisa faz grande diferença na vida dela, mas acho que se o pai estivesse presente, poderia dar todo o amor e carinho que antes foram negados por sua própria mãe. É questão geral dos fãs pensar se, caso ele soubesse antes que tinha uma filha, voltaria atrás na sua ideia da eutanásia e escolheria cuidar dela. Eu penso que há essa possibilidade, porque mudaria completamente o que ele sabia da vida, mas nunca saberemos, não é mesmo? Se ele ainda estivesse vivo, poderia se reinventar e viver novas aventuras com sua filha, pois, sim, apesar das limitações físicas, podemos encontrar novos propósitos, novas formas de viver, porque o mundo é extremamente vasto e infindável, há possibilidades em todos os cantos. Tenho certeza de que cuidar de sua filha e prezar pelo bem-estar dela seria o novo propósito de vida dele, que provavelmente buscaria apresentar a ela todas as aventuras possíveis, dado seu espírito aventureiro.

O último motivo é bem simples, mas acho que faria toda a diferença. Will tomou uma decisão precipitada, a meu ver, pois estava em um momento delicado de sua vida em meio à dor e ao sofrimento de não poder continuar tendo seu estilo de vida antes do acidente. Suas limitações físicas, como outrora citado, com certeza deixavam-no inconformado, já que teria que depender de outras pessoas pelo resto de sua vida. No entanto, Will poderia encontrar um novo estilo de vida, e sua história com certeza poderia inspirar pessoas que estão na mesma condição a recomeçarem. Ele foi um homem inteligente e perspicaz, com o apoio de Lou e planejamentos bem-feitos, com certeza ele poderia virar um escritor, palestrante, ou coisa do tipo. Ele era rico, tinha uma carreira em sua empresa também, e as limitações eram somente físicas, poderia ter continuado ministrando as coisas à sua maneira. Se ele escolhesse viver, sua história seria inspiração para outros e impactaria positivamente. Louisa o amou verdadeiramente, e acima de tudo sempre viu as coisas de forma simples e bela. Desde o início, ela tentou fazer com que Will enxergasse a vida sob uma nova perspectiva, mesmo com suas limitações, e lhe mostrou o que há de mais belo: apreciar as pequenas coisas. A vida é uma só, ela não volta, mas se eu tivesse a oportunidade de reviver Will Traynor, desejaria que vivenciasse tudo o que foi mencionado aqui.

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ㅤㅤ올⬚゚ㅤㅤㅤEvento à parte, como leitora, compreendo as motivações de Will até certo ponto, mas ainda assim considero uma decisão egoísta. É fato que nós não sabemos como o outro se sente até estarmos na pele dele, pois nosso direito vai até onde começa o do outro. Infelizmente, o objetivo dessa obra da Jojo Moyes era abordar sobre o luto, dores e recomeço, que foi com certeza alcançado. O instinto humano, desde sempre, é viver, sobreviver, mas quando nos encontramos numa limitação física, surgem também as limitações psicológicas e emocionais, principalmente por conta da depressão. Apesar de tudo, julgo que ele não deveria ter tomado essa decisão, principalmente porque ele era rico, tinha pais que o amavam e o apoiavam, e tinha ao seu lado o amor da sua vida, e posteriormente descobriria que tinha uma filha. Outras pessoas não chegam a ter 1/3 do que ele tem, mas conseguem se reinventar e continuar suas vidas até onde podem. Pensem, são raras as pessoas nas mesmas condições que pegam um voo comercial quando querem, e ele tinha toda essa facilidade nas mãos. Enfim, Will Traynor marcou a vida de todos com sua decisão, e certamente deixou um vazio em nossos corações e no de Louisa, que demorou mais de 18 meses para conseguir recomeçar e viver da forma que ele pedira em sua carta. Todas as pessoas próximas tiveram que seguir com a dor da perda, cada um tendo que se reinventar, mas seguiram, pois certamente sabiam que em algum momento encontrariam um novo propósito em suas vidas. Essa obra mexe comigo de uma maneira especial, então não tenho como não me emocionar toda vez que falo sobre ela. São tantas camadas que é até difícil expor todas em um único conteúdo. Agradeço pela leitura, espero que tenha gostado. E aí, você concorda com a decisão de Will? Deixe nos comentários. :sparkles:

𝖼𝗋𝖾ؘ𝖽.

𝖾𝗌𝗍. ]ㅤ 𝖼𝖺𝗉.ㅤ 𝗁𝖾𝖺𝖽.

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