田

         𝖠 𝗉𝖺𝗅𝖺𝗏𝗋𝖺 "𝗁𝗂𝖺𝗍𝗎𝗌" 𝗍𝖾𝗆 𝗈𝗋𝗂𝗀𝖾𝗆 𝗇𝗈 𝗅𝖺𝗍𝗂𝗆,

          𝗌𝗂𝗀𝗇𝗂𝖿𝗂𝖼𝖺 𝖺𝖻𝖾𝗋𝗍𝗎𝗋𝖺, 𝖿𝖾𝗇𝖽𝖺, 𝗅𝖺𝖼𝗎𝗇𝖺, 𝗈𝗎

          𝗂𝗇𝗍𝖾𝗋𝗏𝖺𝗅𝗈. 𝖣𝖾𝗋𝗂𝗏𝖺 𝖽𝗈 𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈 "𝗁𝗂𝖺𝗋𝖾", 𝗊𝗎𝖾

          s𝗂𝗀𝗇𝗂𝖿𝗂𝖼𝖺 𝖺𝖻𝗋𝗂𝗋 𝖺 𝖻𝗈𝖼𝖺, 𝖻𝗈𝖼𝖾𝗃𝖺𝗋, 𝖾𝗌𝖼𝖺𝗇𝖼𝖺𝗋𝖺𝗋.

         𝖴𝗆 𝖼𝗁𝖺𝗆𝖺𝖽𝗈 𝖽𝗈 𝗂𝗇𝗏𝗂𝗌𝗂́𝗏𝖾𝗅.

         C𝗈𝗆𝗈 𝗌𝖾 𝗈 𝗍𝖾𝗆𝗉𝗈 𝗌𝖾 𝖼𝗎𝗋𝗏𝖺𝗌𝗌𝖾 𝖽𝗂𝖺𝗇𝗍𝖾 𝖽𝗈 𝗆𝗂𝗌𝗍𝖾́𝗋𝗂𝗈, 𝖼𝗋𝗂𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗎𝗆 𝗏𝖺̃𝗈 𝗌𝖺𝗀𝗋𝖺𝖽𝗈 𝗈𝗇𝖽𝖾 𝗈 𝖾𝗌𝗉𝗂́𝗋𝗂𝗍𝗈 𝗉𝗈𝖽𝖾 𝖾𝗌𝖼𝗎𝗍𝖺𝗋 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗈 𝗋𝗎𝗂́𝖽𝗈 𝖽𝗈 𝗆𝗎𝗇𝖽𝗈 𝗈𝖼𝗎𝗅𝗍𝖺.

                    É a voz do silêncio que sussurra:

"𝙋𝙖𝙧𝙚. 𝙍𝙚𝙨𝙥𝙞𝙧𝙚" "𝙀𝙨𝙫𝙖𝙯𝙞𝙚-𝙨𝙚"

         Um hiato na vida, na obra, na jornada, é o sagrado abrindo espaço para o inesperado florescer. Ele interrompe não para negar o fluxo, mas para redirecioná-lo com propósito.

𝖤́ 𝗎𝗆 𝗏𝖾𝗇𝗍𝗋𝖾 𝗂𝗇𝗏𝗂𝗌𝗂́𝗏𝖾𝗅.

𝖴𝗆 𝗈𝗋𝖺́𝖼𝗎𝗅𝗈 𝗌𝖾𝗆 𝗉𝖺𝗅𝖺𝗏𝗋𝖺𝗌.

𝖱𝖾𝖼𝖾𝖻𝖾𝗋 𝗎𝗆 𝗁𝗂𝖺𝗍𝗎𝗌 𝖼𝗈𝗆𝗈 𝗆𝖾𝗇𝗌𝖺𝗀𝖾𝗆 𝖾́ 𝖺𝖼𝖾𝗂𝗍𝖺𝗋 𝗊𝗎𝖾 𝗁𝖺́ 𝗌𝖺𝖻𝖾𝖽𝗈𝗋𝗂𝖺 𝗇𝗈 𝗂𝗇𝗍𝖾𝗋𝗏𝖺𝗅𝗈.

𖹬᰻᰻. O silêncio do 𝐒enhor

Tempo de provação e preparação.

         "𝘌𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘯𝘢̃𝘰 𝘳𝘦𝘴𝘱𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘯𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘳

          𝘴𝘰𝘯𝘩𝘰𝘴, 𝘯𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘳 𝘜𝘳𝘪𝘮, 𝘯𝘦𝘮 𝘱𝘰𝘳 𝘱𝘳𝘰𝘧𝘦𝘵𝘢𝘴."

— 1 Samuel 28:6

𝗨𝗺 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗶𝘁𝗲 𝗮̀ 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗶𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 𝗻𝗮 𝗮𝘂𝘀𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗲 𝘀𝗶𝗻𝗮𝗶𝘀.

𖹬᰻᰻. Os 40 dias no deserto

Revelação e renascimento.

“𝘌𝘭𝘦 𝘮𝘦 𝘭𝘦𝘷𝘰𝘶 𝘢𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘳𝘵𝘰, 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘧𝘢𝘭𝘢𝘳 𝘢𝘰 𝘮𝘦𝘶 𝘤𝘰𝘳𝘢𝘤̧𝘢̃𝘰.”

Oséias 2:14

"𝘕𝘦𝘮 𝘴𝘰́ 𝘥𝘦 𝘱𝘢̃𝘰 𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘰 𝘩𝘰𝘮𝘦𝘮, 𝘮𝘢𝘴 𝘥𝘦 𝘵𝘰𝘥𝘢 𝘱𝘢𝘭𝘢𝘷𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘤𝘦𝘥𝘦 𝘥𝘢 𝘣𝘰𝘤𝘢 𝘥𝘦 𝖲𝖾𝗇𝗁𝗈𝗋."

Mateus 4:4

𝗘 𝗺𝗲𝘀𝗺𝗼 𝗻𝗮 𝘀𝗲𝗰𝘂𝗿𝗮, 𝗮 𝗳𝗲́ 𝗲𝘀𝗰𝗮𝘃𝗮 𝗽𝗼𝗰̧𝗼𝘀 𝗶𝗻𝘃𝗶𝘀𝗶́𝘃𝗲𝗶𝘀. 𝗗𝗮 𝗿𝗼𝗰𝗵𝗮 𝗯𝗿𝘂𝘁𝗮, 𝗷𝗼𝗿𝗿𝗮 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝗻𝗰̧𝗮:

"𝘖 𝘚𝘦𝘯𝘩𝘰𝘳 𝘮𝘦 𝘤𝘰𝘯𝘥𝘶𝘻 𝘢 𝘧𝘰𝘯𝘵𝘦𝘴 𝘵𝘳𝘢𝘯𝘲𝘶𝘪𝘭𝘢𝘴 𝘦 𝘳𝘦𝘴𝘵𝘢𝘶𝘳𝘢-𝘮𝘦 𝘰 𝘷𝘪𝘨𝘰𝘳."

Salmo 23:2-3

"𝘌𝘪𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘌𝘶 𝘧𝘢𝘳𝘦𝘪 𝘤𝘢𝘮𝘪𝘯𝘩𝘰 𝘯𝘰 𝘥𝘦𝘴𝘦𝘳𝘵𝘰 𝘦 𝘳𝘪𝘰𝘴 𝘯𝘰 𝘦𝘳𝘮𝘰."

Isaías 43:19

O deserto não é abandono.

𝙀́ 𝙛𝙤𝙧𝙟𝙖, 𝙚́ 𝙪́𝙩𝙚𝙧𝙤, 𝙚́ 𝙖𝙡𝙩𝙖𝙧.

מִדְבָּר          תְּהוֹם

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𝐎 po𝐝𝐞𝐫 𝐝o 𝐯𝐚𝐳io

無為

谷   𝐖𝐮

谷   𝐖𝐞𝐢

谷   𝐖𝐮

         No Taoismo, o vazio (wu) e a não-ação (wu wei) são estados sagrados.

“𝙀́ 𝙣𝙤 𝙫𝙖𝙯𝙞𝙤 𝙦𝙪𝙚 𝙧𝙚𝙨𝙞𝙙𝙚 𝙖 𝙪𝙩𝙞𝙡𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙙𝙤 𝙫𝙖𝙨𝙤.”

— Tao Te Ching, Lao Tzu

         No Zen, o silêncio e a mente vazia (mushin, literalmente “sem mente”) são portais para a iluminação. A meditação é um hiato deliberado: parar tudo para ver a verdade.

“𝙊 𝙫𝙚𝙧𝙙𝙖𝙙𝙚𝙞𝙧𝙤 𝙚𝙣𝙨𝙞𝙣𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙚́ 𝙚𝙣𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙙𝙤 𝙣𝙤 𝙨𝙞𝙡𝙚̂𝙣𝙘𝙞𝙤.”

— Mestre Dogen

         H𝗶𝗮𝘁𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗼: 𝗶𝗹𝘂𝗺𝗶𝗻𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗻𝗼 𝘃𝗮𝘇𝗶𝗼. 𝗔 𝗽𝗮𝘂𝘀𝗮 𝗲́ 𝗼𝗻𝗱𝗲 𝗼 𝗲𝗴𝗼 𝗱𝗶𝘀𝘀𝗼𝗹𝘃𝗲, 𝗲 𝗼 𝗲𝘀𝗽𝗶́𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗱𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝘁𝗮.

𝕭𝖎𝖓𝖉𝖚 𝖊 𝕬𝖓𝖆𝖍𝖆𝖙𝖆

         Nos cantos védicos e na meditação com mantras, o mais sagrado não é apenas o som — mas o silêncio entre os sons, chamado bindu (ponto de origem) ou anahata (som não batido, som do coração).

“𝘈𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘤𝘶𝘵𝘢 𝘰 𝘴𝘰𝘮 𝘥𝘰 𝘴𝘪𝘭𝘦̂𝘯𝘤𝘪𝘰 𝘰𝘶𝘷𝘦 𝘰 𝘴𝘰𝘮 𝘥𝘰 𝘈𝘣𝘴𝘰𝘭𝘶𝘵𝘰.”

Ma 間

         Na estética e espiritualidade japonesa, Ma é o “espaço entre” — entre palavras, notas musicais, gestos. É o vazio carregado de sentido.

“𝘔𝘢 𝘯𝘢̃𝘰 𝘦́ 𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵𝘢́ 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘢𝘴 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢𝘴. 𝘔𝘢 𝘦́ 𝘢𝘲𝘶𝘪𝘭𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘥𝘢́ 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘥𝘰 𝘢̀𝘴 𝘤𝘰𝘪𝘴𝘢𝘴.”

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         O hiatus é a rachadura sagrada, o abismo fértil, o véu entre os mundos — e em tempos como o Samhain, quando os portais estão mais tênues, ele se torna ainda mais vivo e oracular.

         É a fenda onde a luz entra, mas também onde os espíritos sussurram, onde os ecos ancestrais caminham entre nós.

         Entre o ovo e a serpente, há o tempo, apague a lamparina jovem heremita. Você será luz na escuridão. Sinta a escuridão, olhe o abismo e ele o olhará de volta, haverá reflexo, haverá luz.

谷