Cartas de um discípulo amoroso - Pt6

Kᴏᴜsᴇɪ 09/15/20

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━── 🈫.᱒ “O púlpito é um dos lugares mais utilizados pelo diabo. Quer saber como? Observe quantos púlpitos não pregam a Bíblia e saberá quantas igrejas têm se deixado levar pelos anticristos”

~Autoral

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━── 🈫.᱒ 1João 2:18-29

João encerra um dos assuntos que precisavam ser tratados na igreja, e agora começa a tratar outro assunto importante: os anticristos.

Precisamos, primeiramente, perceber que João faz uma distinção entre o anticristo e os anticristos.

O apóstolo deixa bem claro que “vem o anticristo”, afirmando que o mesmo ainda não chegou, mas deixa claro que, muitos já têm agido com o intuito de, assim como o anticristo, também se levantarem contra o verdadeiro Evangelho. Qual seria, então, a diferença entre o “anticristo” e os “anticristos”? Aos olhos de João, o anticristo se levantaria como uma pessoa. Muitos colocam que se levantará como um poder político ou religioso. Durante a reforma, percebemos que os reformadores consideravam o Papa como o anticristo, assim como os católicos, por um determinado tempo, consideraram Martinho Lutero como o anticristo.

Vemos que, na história da igreja, houveram várias colocações para supor quem seria ele, mas uma coisa é fato: muitos anticristos já se levantaram. Muitos falsos mestres e apóstatas se levantaram, e o espírito do anticristo já estava trabalhando neles, causando então, a oposição ao Evangelho.

Devemos notar, também, que João deixa claro que “já é a última hora”, mostrando que, o principio das dores já estava a acontecer. Ao decorrer da história, percebemos que a paz se ausentou da humanidade. Não houve um ano sem que houvesse guerras ou rumores de guerras, epidemias, falsos mestres e um esfriamento da igreja, causado por estes falsos mestres, demonstrando que, a igreja está na “última hora” e os anticristos vêm surgindo, com mais força que antes.

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━── 🈫.᱒João nos mostra, no final deste capítulo, três características importantes sobre o anticristo:

1 – Eles saíram de nosso meio

Nos dias de João, devemos ter em mente que no meio dos cristãos estavam muitos que não compartilhavam da verdadeira fé. Judas, em seu livro, mostra que estes falsos mestres se adentravam nas festas, para no meio dos cristãos, disseminarem suas ideias sujas.

Percebemos que, não somente no período Bíblico, como também no pós-Bíblico, muitos falsos ensinamentos surgiram de dentro da igreja. Percebemos o gnosticismo, que Cerinto propagou, após dizer “ter recebido uma revelação do Espírito Santo”. Temos também como exemplos o arianismo e pelagianismo, o liberalismo teológico, a teologia da prosperidade, e também, o misticismo religioso.

A aplicação desta agem é de suma importância, e de grande urgência nos dias de hoje, pois, o cristianismo nunca esteve tão corrompido como se encontra atualmente.

Cito um grande pastor e amigo meu, Me. Renato S. Rosa, que disse em uma conversa que tivemos sobre tal assunto: “As igrejas hoje estão cheias de raciocínios humanos, mas sem Palavra genuína”. O chamado ao verdadeiro evangelho é o que João gostaria de enfatizar. Repito que um dos maiores locais de ação do diabo é o púlpito, pois, é dos falsos profetas e falsos pregadores que o diabo tem feito com que muitos se desviem do caminho, sem precisar tirá-los da igreja. Assim como saíram do meio dos cristãos muitos anticristos, em nosso meio tem surgido muitos. Pregadores sem amor, sermões vazios e sem nenhum poder do Espírito, pois o Espírito não habita neles. Outros que utilizam do misticismo, movimentos e moveres, mas a Bíblia não é pregada. Tais moveres não são de Deus.

Martinho Lutero diz: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias”.

Este é o primeiro ponto de João. Ele afirma que, por mais que estejam na igreja, e muitas vezes ensinando (3Jo 9-10), não significa que seja de Cristo.

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2 – Deles procede somente a mentira

João continua dizendo: “Não vos escrevi porque não saibais a verdade; antes, porque a sabeis, e porque mentira alguma jamais procede da verdade”.

Percebemos claramente que, neste trecho, João faz duas declarações: “sabeis (a verdade)” e “mentira alguma jamais procede da verdade”. Dentro destas duas declarações, podemos tirar que:

– Um cristão precisa saber a verdade.

Muitos se perguntam “por que os cristãos hoje estão se deixando levar por falsos ensinamentos, assim como estão cada vez mais afundados no pecado?”

Porque têm pouca intimidade com a Bíblia. Como queremos conhecer a verdade, se não lemos a Bíblia? É a Bíblia que nos traz o conhecimento de Cristo e Seu Evangelho, assim como, por ela, e SOMENTE por ela, o Espírito Santo fala conosco. Se não a conhecemos, qualquer mentira vira verdade. Agostinho já dizia: “Mas alguém te invocará antes de te conhecer? Porque, te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem”.

João, ao deixar claro aos cristãos daquela época que eles conheciam a verdade, deixa ainda mais claro para nós que, a verdade precisa ser conhecida.

– O ensino do anticristo é contrário à verdade

Com uma vida devota ao estudo da Palavra, a fim de realmente saber quem é Deus, por intermédio da revelação do Espírito Santo, as falsas doutrinas não conseguem mais nos persuadir. Vimos anteriormente que João declara aos jovens que eles eram fortes, mas devemos notar que, a frase acompanha a declaração “porque sois fortes”, a explicação de tal declaração “a palavra de Deus permanece em vós”, e o resultado “tendes vencido o maligno”. A Palavra de Deus precisa estar em nós, não somente gravada em nossas mentes, mas também em nossos corações, para que vençamos não somente o pecado, como também toda força que se oponha ao verdadeiro Evangelho de Deus em Cristo Jesus.

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3 – Negam a Cristo

João também declara que tais pessoas, além de não terem em si a Verdade, que vemos nos dias de hoje como estudos antibíblicos, também negam a Cristo.

João declara: “Quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?”

João deixa claro que estava falando de pessoas que negavam que Jesus era o Cristo, o que muitos indicam que seja um possível traço do gnosticismo, já nos dias de João, entretanto, devemos perceber que o “negar a Cristo”, não é somente negar a pessoa de Jesus, como também negar os Seus feitos.

Todo aquele que nega, não somente a pessoa de Cristo, como também a Sua suficiência, Sua soberania, Seu evangelho, e Sua Palavra, também se enquadram nesta afirmação.

No século 16, Agostinho coloca como anticristo, pessoas que negavam a Palavra, assim como a suficiência de Cristo, aplicando de tradições humanas e colocando “poréns” na salvação.

Hoje, vemos púlpitos engrandecendo homens, pregando pouca ou nenhuma Bíblia, e colocando requisitos para a salvação.

“Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gl 3:2).

Até quando ficaremos expostos ao falso evangelho? Acreditando que, milagres, línguas, choro e movimentos, tão somente por si só, são sinais da presença de Deus? O único sinal que realmente prova em si a presença de Deus é a pregação fiel da Palavra, feita por pregadores com corações quebrantados e sedentos por Cristo.

A primazia não é o sinal, mas a Palavra de Deus.

Sobre tal primazia, John MacArthur comenta: “A Escritura é muito superior e tem infinitamente mais autoridade que sonhos e visão de carismáticos contemporâneos”

Se João pede para discernir os espíritos, fica claro que, ambos poderiam ser confundidos pelos cristãos, mas o mesmo diz o seguinte: “Todo Espírito que confessa que Jesus veio em carne é de Deus.” (1Jo 4:1-6). Todo aquele que conhece a verdade, e proclama a verdade, este procede de Deus, pois a primazia não é o sinal, mas a Palavra. Citando novamente Lutero, fica claro que, sinais eram feitos por falsos profetas, mas, eles não pregavam a Bíblia, e era isso que os distinguia dos verdadeiros pregadores do Evangelho. Os sinais só provém de Deus, quando acompanhados de pregadores fiéis. Quando o pentecostes aconteceu, não foram as línguas que alcançaram os corações, mas a pregação de Pedro.

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━── 🈫.᱒ João completa o tema, e agora volta a encorajar os cristãos a viver uma vida reta.

Ele alerta sobre os falsos, mas diz que: “quanto a vós, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.” (1Jo 2:27).

Ele simplesmente pede para que os cristãos continuem perseverando, pois, somente aqueles que receberam a verdadeira fé conseguem perseverar até o final.

João também deixa algumas observações, que devemos pontuar:

-João pede para que perseverem na Palavra, pois, o Espírito Santo nos ensina na Palavra.

-João não quer dizer que a pregação não se faz essencial, pelo contrário, deixa claro que a verdadeira pregação é aquele em que não se trata do homem falando, mas de Deus falando ao homem através de Sua Palavra.

-O cristão deve perseverar na santidade, pois se Deus é justo, reconheceis que, todo aquele que é nascido de Deus, pratica a justiça.

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