Distância Inalcançável

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Distância Inalcançável

— por ⠀⠀𝁼⠀⠀𝗅𝗎̄𝗇𝖺𝗋𝖾

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No corredor onde o tempo não ousa ar,

Dois mundos se tocam — mas sem se entrelaçar.

Yamato, o sol entre risos e luz,

Kakeru, a sombra que o silêncio conduz.

Olhares cruzados como lâminas frias,

Sussurram desejos que ninguém ouvia.

A mão que não treme, o gesto contido,

O amor que floresce, calado, ferido.

Yamato brilha, cercado de vozes,

Enquanto Kakeru cala suas doces fobias.

Mas o coração, esse traidor voraz,

Bate tão forte, que o peito desfaz.

Quantas palavras presas na garganta?

Quantos "te amo" que a alma espanta?

E ainda assim, naquele olhar tão breve,

Havia um universo que ninguém descreve.

Yamato sorria, mas algo faltava...

O riso era luz, mas a alma chorava.

Sentia a ausência daquele que está,

Mas que nunca ousava se aproximar.

E Kakeru, em noites vazias e longas,

Guardava poemas em páginas tontas.

Escrevia um nome que não podia dizer,

Temendo que o mundo o fizesse sofrer.

Mas ah… se o tempo pudesse voltar,

Se o toque não fosse pecado amar,

Talvez, em um instante roubado e febril,

Eles se amassem — como sempre foi sutil.

E mesmo que a dor tenha sido calada,

Há beleza eterna na estrada negada.

Pois entre o desejo e a cruel realidade,

Existe o amor... e sua cruel liberdade.

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Fonte: Autoral.

Minha maior fonte de inspiração para escrever esse poema é o BL japonês da Netflix "Não Consigo te Alcançar" — recomendo muuuuito.