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Graça e paz!
Iremos hoje falar um pouco sobre a doutrina da "perpétua virgindade de Maria".
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Este, com toda a certeza, é um assunto complicado a ser tratado. Devo, primeiramente, pontuar que é um assunto debatido até mesmo no meio protestante, onde temos bons teólogos que defenderam a ideia de que Maria foi “perpetuamente virgem”. A análise, entretanto, se posicionará de forma a tirar da própria Bíblia as suas conclusões.
Primeiramente, devemos compreender que, apesar de qualquer posicionamento, toda a glória deve ser dada somente a Deus. Maria é sim, um exemplo para os cristãos. Essa bem-aventurada mulher nos ensina muito sobre humildade e fidelidade. Entretanto, ela não é um ídolo a ser adorado, e nem mediadora entre Deus e os homens, afinal, Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5).
As declarações bíblicas que ajudam em nossa análise, se encontram nos Evangelhos, onde, já no primeiro capítulo de Mateus, veremos uma importante agem:
“Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por esposa. Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”.
Mateus 1:24-25
A expressão aqui traduzida como “não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho”, é “καὶ οὐκ ἐγίνωσκεν αὐτὴν ἕως οὗ ἔτεκεν υἱόν”, que, de maneira literal, significa “e não conhecia ela, até que esta deu a luz”. “ἐγίνωσκεν” traz uma ideia de “conhecer carnalmente, ter relações”. A agem, quando é lida de forma natural, nos traz uma ideia de que Maria e José tiveram relações após o nascimento de Jesus. A não ser que se queira defender a virgindade perpétua de Maria, o que, com toda certeza, não é a intenção de Mateus neste texto, devemos encarar o texto de forma natural, que se explica na expressão “ἕως οὗ”, ou “até que”, indicando que, a ação “ἐγίνωσκεν” (conhecer) não aconteceu “ἕως οὗ” (até que) um evento ocorresse: “ἔτεκεν υἱόν” (ter um filho). A falta de um relato que realmente seja preciso sobre o que ocorreu depois, deixa discussões até os atuais dias. Devemos deixar claro que não há uma defesa explicita no texto à virgindade perpétua de Maria, enquanto notamos também não haver nenhuma menção explícita de que a mesma tenha tido relações após o nascimento de Jesus. Mateus, à leitura natural, está trazendo uma ideia de que José conheceu Maria logo após, mas o contexto parece nos trazer uma ideia muito maior de que Mateus esteja querendo defender (e focar) uma concepção virginal, que defender uma coabitação após a concepção.
À luz deste texto, devemos então compreender que, o ponto principal dele não é dizer o que houve após o nascimento de Jesus, mas focar que, até o nascimento de Cristo, eles não tiveram relações, para enfatizar a concepção virginal de Maria. A expressão, entretanto, não pode ser encarada com desdém. Uma análise séria da agem, trazendo a real intenção do autor, não abre espaços para dizer que a expressão “até que”, não signifique o cessamento de algo, pois é exatamente isto que significa. Após o evento, há muito mais probabilidade de o texto sugerir que ambos se relacionaram, que uma ideia de que não se relacionaram. O que podemos trazer a favor da doutrina da “perpétua virgindade” neste texto, é apenas o propósito do autor, que longe está de querer tratar com detalhes o que houve após o nascimento de Jesus.
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A segunda agem que gostaria de tratar, se encontra em Lucas, e diz o seguinte:
“Então Maria deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou o menino e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.”
Lucas 2:7
O grande ponto desta agem aqui, é a expressão “primogênito”. A palavra primogênito vem de “πρωτότοκον”, que significa “primogênito, o mais velho”. Esta palavra vai aparecer no NT, em Hb 11:28, quando o autor da carta cita o evento que da morte dos primogênitos, no Egito. A expressão retorna em Hb 1:6, citando Cristo como o primogênito de Deus; Hb 12:23, citando todos os cristãos. Devemos pontuar que, nesta agem, a expressão a a trazer como significado “primogênito, no sentido de geração especial”, algo que acontece somente nesta agem. E também em Cl 1:15, que vai nos dar luz ao sentido de Hebreus 1:6. Cristo ser o primogênito de Deus, parece se encaixar com Colossenses, citando-o como o primeiro, cabeça de algo (Esta agem não cita que Jesus foi criado. Cf. Artigo sobre a trindade). Esse sentido é importante, pois vai nos mostrar um contraste com a palavra “unigênito”, que, poderia ser utilizada por Lucas, mas não foi. A última utilização da mesma, se encontra em Rm 8:29, que utiliza primogênito de maneira explícita, para mostrar a existência de outros filhos na família.
Uma breve análise desta agem vai nos deixar claro que a palavra primogênito parece sugerir a existência de outros, mas é isto que Lucas quer trazer?
Vejo em Lucas, a mesma intenção de Mateus. Citar que Jesus foi o primogênito parece sugerir que Maria teve outros filhos, mas não é isto que o autor quer tratar. Ele quer enfatizar com tal palavra que, antes de Jesus, Maria não teve outros filhos, e isto reforçaria a ideia da concepção virginal. Por que Lucas precisa sugerir que Jesus foi o primogênito, se ele poderia apenas enfatizar a concepção virginal? Aqui sim, se nos perguntarmos o motivo para tal, podemos pontuar que, devido ao fato de que, Maria talvez tivesse outros filhos (alegação de uma das vertentes), Lucas precisou enfatizar que Jesus foi o primeiro, para que não caíssem no erro de achar que Jesus fosse mais novo que algum deles. Devemos deixar bem claro que a utilização da palavra “primogênito” não deseja enfatizar que Maria teria mais filhos, embora seja incorreto alegar que, tal ideia esteja fora de cogitação.
Em Lucas, ainda temos uma segunda agem, que se encontra no capítulo 8. No versículo 19 diz que “vieram a Ele a mãe e os irmãos” (tradução própria do grego), onde irmãos vem de “ἀδελφοὶ”, podendo significar, neste contexto, “irmão, parente próximo”. Todas as outras traduções desta palavra parecem inviáveis, embora “irmão” seja a mais correta, visto que a resposta de Jesus no versículo 21 sugere muito mais uma relação de “irmão”, que simplesmente de “parente próximo”. Esta agem, juntamente com Mc 3:31, e Mc 6:3, não abrem muito espaço para um simples “parentesco próximo”. A expressão, se levada de maneira natural, será traduzida como “irmão”. A Bíblia parece, quando analisados estes versículos, sugerir sim, que Jesus tinha irmãos.
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Em resposta às declarações anteriores, alguns vão sugerir que estes irmãos eram filhos de José com outra mulher. Deiros vai dizer o seguinte: “O monasticismo ascético, que considerava o celibato superior ao casamento, enfatizou a virgindade de Maria. José era descrito como um homem idoso que se casara com Maria apenas para protegê-la da calúnia. Os irmãos de Jesus eram filhos de José, mas de um casamento anterior. Já no século IV, afirmava-se a virgindade perpétua de Maria” (História global do Cristianismo, p. 448). Deiros, apesar de estar certo quanto ao culto no século IV, talvez tenha esquecido de pontuar que esta doutrina é mais antiga que isto. Por isto, analisaremos a opinião da igreja até o século III, visto que no século IV temos o monasticismo ascético enfatizando isto, por causa de sua rígida visão quanto ao sexo.
A ideia muito provavelmente vem do livro apócrifo “Proto-Evangelho de Tiago”, datado como sendo do segundo século. Sobre tal livro, devemos ter em mente, primeiramente, que se trata de uma obra apócrifa. Não podemos atribuí-lo a Tiago, e muito menos dizer que ela possa ter o mesmo valor de um livro canônico, pelos seguintes motivos: O documento atualmente é datado do segundo século, época posterior à dos escritos canônicos. O documento era de conhecimento de Orígenes, que não o incluiu em seu cânone, e desta forma, presumimos que o próprio Orígenes não o aceitava como fonte canônica, mesmo o citando. Este é o único documento datado de uma data anterior ao monasticismo ascético que defenda a ideia de que Maria continuou virgem após o parto. O valor dele, entretanto, é duvidoso. Não podemos descartar, baseado neste, o fato de que tínhamos documentos que, traziam histórias cristãs, e mostravam uma existência de tal teoria, mas também não podemos utilizar do mesmo como base, colocando-o acima da declaração de Mateus 1:25, que se encontra muito mais pendente para um lado contrário ao que muitos defensores de tal livro declaram.
Ainda no segundo século, temos Irineu de Lyon, que vai dizer:
“Como, por causa de uma virgem desobediente, o homem foi ferido, caiu e morreu, assim também, por causa de uma virgem obediente à Palavra de Deus, [o homem] foi ressuscitado e recobrou a vida. Pois o Senhor veio buscar a ovelha perdida, ou seja, o homem que se perdeu. Por isso, não formou um corpo diverso, mas, por meio daquele que descendia de Adão, conservou a semelhança daquele corpo. Adão, de fato, foi recapitulado por Cristo, a fim de que o que é mortal fosse submerso na imortalidade, e Eva em Maria, a fim de que uma virgem, tornada advogada de uma virgem, dissolvesse e destruísse com a sua obediência de virgem a desobediência de uma virgem. O pecado cometido por causa da árvore foi anulado pela obediência cumprida sobre a árvore, obediência a Deus, pela qual o Filho do homem foi pregado na árvore, abolindo a ciência do mal, e proporcionando e doando a ciência do bem. O mal é desobedecer a Deus. O bem é, ao invés, obedecer”. (Demonstração da pregação apostólica I,33)
Notamos, primeiramente, que Irineu não deixa menção alguma para, por parte do autor, acreditar na perpétua virgindade. Não podemos, porém, afirmar que o mesmo não acreditava. Sobre tais pontos, nota-se que Irineu não expressou sua opinião pessoal sobre o assunto. Em uma outra citação do mesmo, em Contra as Heresias, notamos que a mesma posição é tomada, e, portanto, Irineu se atenta em defender a concepção virginal de Maria, o que, com toda a certeza, é defendida tanto por católicos, como por protestantes.
“Outros que desconhecem a economia da Virgem, dizem que ele foi gerado por José”. (Contra as Heresias L. 5, 19.2)
Toda a parte intitulada por Irineu como “Economia da Virgem”, que é apresentado em 19.1, deve ser entendida à luz desta afirmação de 19.2, que nos deixa claro qual era o assunto do tratado. Se, por ideia de muitos, Irineu parecia ser favorável à doutrina da perpétua virgindade, percebemos que o mesmo só defende a concepção virginal, ponto que não vem a ser discutido entre os cristãos, visto que a concepção virginal é uma base do cristianismo.
Hipólito de Roma poderia ser a mais notória carta a favor da doutrina exposta neste blog, entretanto, deve ser enfatizado que qualquer documento que carregue o nome do mesmo, sobre tal afirmação, é inexistente. É atribuído a Hipólito, um documento que diz que o “corpo de Maria toda santa, sempre virgem, por uma concepção imaculada, sem conversão, e se fez homem na natureza, mas em separado da maldade: o mesmo era Deus perfeito, e o mesmo era o homem perfeito, o mesmo foi na natureza em Deus, uma vez perfeito e homem”. Entretanto, tal documento é apócrifo, e não foi escrito por Hipólito.
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Orígenes, com toda a certeza, é uma importante fonte para entendermos o assunto, pois é o único que parece se posicionar favorável à doutrina.
Primeiramente, ele diz:
“Mateus 13: 55-56; Eles pensaram, então, que Ele era o filho de José e Maria. Mas alguns dizem, baseando-se em uma tradição do Evangelho de Pedro, como é intitulado, ou O Livro de Tiago, que os irmãos de Jesus eram filhos de José com uma ex-esposa, com quem ele se casou antes de Maria. Agora, dizem aqueles que desejam preservar a honra de Maria na virgindade até o fim, para o qual, o corpo dela que foi designado para ministrar à Palavra que diz: O Espírito Santo virá sobre vós, e o poder do Altíssimo deve ofuscá-lo, Lucas 1:35 pode não conhecer a relação sexual com um homem depois que o Espírito Santo entrou nela e o poder do alto a encobriu. E penso que está de acordo com a razão que Jesus foi o primeiro fruto entre os homens da pureza que consiste na santidade, e Maria entre as mulheres; pois não seria piedoso atribuir a qualquer outra que não a ela as primícias da virgindade”(Commentary on the Gospel of Matthew; Book X, 17 [Traduzido por Alana]).
Primeiramente, Orígenes argumenta que, “alguns dizem”. Ele vai dizer que há uma tradição (embora ele inicialmente não se compactue com tal), baseada no “Proto-Evangelho de Tiago”, que acredita que os irmãos de Jesus eram, na verdade, filhos de José. Ele vai argumentar que “dizem aqueles que desejam preservar a honra de Maria na virgindade até o fim”, citando as pessoas que diziam que Maria foi perpetuamente virgem (muito provavelmente os que ele citou antes). Ele finaliza dizendo estar de acordo com a razão que Jesus foi o primeiro entre os homens da pureza, que deveria também ser atribuído o mesmo a Maria. Ele parece, neste comentário, se compactuar com a ideia, embora não a afirme como absoluta (pontua parcialidade: “alguns”), mas apenas coloca Maria como uma mulher “digna” de receber “as primícias da virgindade”. Orígenes, se concorda totalmente com algo da tradição exposta no texto, irá concordar com o fato de que Maria é digna de tal título de pureza, embora afirme ser apenas “uma tradição”, baseada em alguns livros apócrifos. Vale enfatizar que Orígenes não aceitou tais livros em seu cânon.
“Ninguém pode compreender o significado disso, a menos que tenha se deitado no peito de Jesus e recebido de Jesus Maria para ser sua mãe também. Tal deve ser aquele que será outro João, e ter mostrado a ele, como João, pelo próprio Jesus como Ele é. Pois se Maria, como os que declaram que em sã consciência a exaltam, não teve outro filho senão Jesus, e ainda assim Jesus diz à sua mãe: Mulher, eis o teu filho, João 19:26 e não eis que também tens este filho, então disse-lhe virtualmente: Eis aqui Jesus, a quem você deu à luz. Não é verdade que todo aquele que é perfeito não vive mais a si mesmo, Gálatas 2:20, mas Cristo vive nele; e se Cristo vive nele, então se diz a respeito dele a Maria: Eis aqui o vosso filho Cristo. Que mente, então, devemos ter para nos capacitar a interpretar de maneira digna esta obra, embora seja entregue ao tesouro terrestre do discurso comum” (Commentary on the Gospel of John; Book I, 6 [Traduzido por Alana]).
Aqui, novamente esta visão é citada. Orígenes vai trazer uma ideia (não consensual) de que Maria só teve Jesus. A expressão “se”, deve ser levada em consideração, pois mostra ainda mais a ênfase do autor quanto à tradição citada. O autor quer enfatizar um caso aberto em sua época sobre tal assunto, e que era analisado não à luz de comentários, mas à luz da Bíblia. Se notarmos, as duas citações vão mostrar, não somente a opinião desta tradição citada por Orígenes, como também as agens nas quais tais opiniões se baseiam. Devemos tirar desses textos o princípio básico de que a Bíblia é o norteador para tais assuntos. Notamos opiniões com versículos, mas, em Orígenes, uma insegurança quanto à veracidade de tais informações.
Para encerrar, vemos Tertuliano, o mais notório a se posicionar contra tal doutrina, diz:
“ela era uma virgem, disposta a casar de uma vez por todas após o parto, e que concebeu a Cristo, para que cada título de santidade pudesse ser completo na linhagem de Cristo, por meio de sua mãe, que era virgem, e também esposa de um único marido” (On monogamy 8 [tradução própria]).
Neste breve relato de Tertuliano, ele pontua que, após o parto, ela estava disposta a “casar de uma vez por todas”, o que sugere que o mesmo estava trazendo a compreensão de que, após o parto, Maria teve relações com José.
Em sua segunda obra (On the Flesh of Christ, 23), Tertuliano vai pontuar a ideia de que, durante a concepção, o ventre de Maria abriu, e desta maneira, ela teria deixado de ser virgem. Sobre esta citação, nosso foco não é tratar se Maria, durante o ato da concepção, permaneceu ou não virgem, mas, se à luz de Mateus e outras agens, ela tenha permanecido isenta de qualquer relação com seu marido após a concepção de Jesus.
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்𖠇𝄒 𝐅ɪɴᴀʟɪᴢᴀɴᴅᴏ ٫ ⬥
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Com exceção de Origenes, acredito ser uma questão que, com toda a certeza, mostra mais pontos favoráveis ao fato de que Maria conheceu José após Jesus, embora desconsiderados foram todos os documentos que surgiram após o século IV, pontuado por Deiros como a época de propagação de tal doutrina. A voz da igreja após o século IV, deve ser analisada à luz da Bíblia, e não o contrário.
Não desejo apresentar uma conclusão fechada sobre um assunto tão debatido. Dizer que esta tese estaria colocando um ponto final nessa discussão é, no mínimo, arrogância de minha parte. Entretanto, acredito que este estudo possa ajudar os que se encontram em duvida sobre tal tema, respeitando claramente, ambos os lados. Que Deus abençoe todos vocês, e até o próximo blog!
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்𖢺 𝐀ᴇs Aki ⬥ 𝐂ᴀᴘᴀ Eli :tophat: ⬥ 𝐇ᴇᴀᴅᴇʀ Pinterest்𖠇𝄒
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Comments (12)
:clap: :clap: :clap:
Rsrrs, boa sorte com os Dogmas Marianos, tem muito caminho a percorrer.. :joy: :joy: 🤭🤭
Mta patrística pra traduzir e ler :joy: :joy:
Muito bem mano, Bom conteúdo maninho, ótima escolha dos textos bíblicos, excelente exposição, coerente, simples, de forma clara e objetiva. E boa idéia em se restringir apenas a Bíblia e aos III primeiros séculos... enfim, meus Parabéns mano...
Obrigado maninho!!! Agora é continuar com a série e trazer as outras doutrinas sobre Maria 🤭🤭
Responder para: ᴋᴏᴜsᴇɪ
Theotókos?? Kkkk
Responder para: Calvinista Penteca
É a ideia kkkk
Ingi! Muito bem escrito, 🤯.
Obrigado 🥸