Turno 01:

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⠀𝇅⃘⚬⠀᜔𝇔⃞𝐀𝐥𝐲𝐚 𝐃'𝐧𝐞𝐞𝐫࿔

Alya estava em pé, a noite fria chicoteava seus cabelos ela não sabia o que deveria fazer, muito menos o que deveria pensar, fechou seus olhos inalando aquele ar que fazia suas narinas quase congelarem. Sabia que deveria estar sendo contemplada pela imensidão do céu enquanto se ajustava em uma posição confortável. Ela deixou sua mente exposta a tudo que poderia surgir. E logo as memórias voltaram como torrentes, a fazendo tremer. A primeira foi rápida e fulgaz. Alya lembrava-se das mãos pequenas e dos seus cabelos sedosos tão loiros quanto as pétalas de um girassol, que batiam em sua cintura pequena. Ela era uma criança novamente, as mãos tentavam ser rápidas para pegar o pão disposto em cima da mesa, mas ele a alcançou. Seu sorriso torno e nojento revelava que ela estava muito encrencada. A voz do homem era rouca e dominante. O cheiro rançoso de cigarro atingia suas narinas quando ela tentava respirar. Era sufocante.

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Turno 02:

Ele apenas encarou ela por alguns segundos, deixou-a alcançar o pão, e a observou comer. A garota dava mordidas pequenas, tanto pelo tamanho de sua boca infantil, quanto pela fome que a consumia, ela já tinha ado fome outras vezes para saber que se mastigasse rápido demais, isso não preencheria seu pequeno estômago. Então mordida após mordia, e ele a observava. Assim que o pão acabou, o sorriso dele se fechou. Ele pegou os pulsos dela, a arrastando até um mini palco, chamou todos os seus subordinados para assistir a repreensão dela. A voz começou melodiosa, enquanto todos aqueles assassinos observavam a criança jogada aos pés do velho. "Sabiam que hoje essa ladrazinha roubou de nós? Todos sabem o que acontece quando alguém rouba dos seus não sabem?" A garota tremia levemente nas mãos daquele velho. "Ela paga, não com dinheiro... Paga com o que tem... E o que você tem meu amor?" O toque dele parecia tão sensível nas maçãs de seu rosto, mas ela sabia que o pior estava por vir, então se encolheu completamente.

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Turno 03:

"você tem seu corpo, meu pequeno e doce anjo" Alya gritou alto quando ele torceu suas mãos chegando a quebrar seus ossos. Porém com um leve aviso apenas com o olhar dele, ela se calou, a dor fazia sua pequena cabeça alucinar, os olhos dela derramaram água, mas nenhum som saiu de sua garganta. Os outros homens riam se deliciando com a situação da pequena garota. E a mente dela desejava acabar com a dor. Alya no presente fechou suas mãos em punhos, mas tentando se manter calma, ela precisava daquelas memórias para ser exatamente quem era hoje, então continuou se lembrando deixando a enchente matar sua mente de uma forma letal e cruel. "Você deu exatamente 20 mordidas no pão Alya... Os 20 melhores homens meus, vão poder fazer o que quiserem com você... Com exceção é claro de te desvirtuar, isso eu quero vender". Então um a um vieram, chutes, socos, torções, quebra de ossos, quando acabaram a criança estava quase morta no chão.

Alya respirou fundo sua cabeça doía no momento, deixou com que o vento batesse em seu rosto, e aos poucos ela foi voltando de sua memória, foi acalmando seu ser, e deixando o ar entrar e sair de seus pulmões lentamente. Ela estava bem, estava segura por hora.... Ninguém precisava tocar em si, então ela respirou mais algumas vezes, a palma de sua mão estava sangrando, ela nem tinha percebido quando enfincou sua unha na própria pele. Mas estava bem.

⠀್᜔᮫⃞༢⠀ֵི◌⃘𑶢⃞๋۪𝕝ୁ⠀᜔𝇐ྀ༷ +++

Turno 01:

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⠀𝇅⃘⚬⠀᜔𝇔⃞𝐀𝐥𝐲𝐚 𝐃'𝐧𝐞𝐞𝐫࿔

Estava tarde, o ar denso e úmido entrava nas narinas de Alya, o peito rasgado, as mãos sangrando, mas o sorriso estampado em seu rosto lhe dava um ar levemente caótico. Ela estava exausta. Os músculos doendo, e toda vez que se mexia o sangue estava tentando coagular voltava a escorrer como uma torrente. Isso esgotava a garota.

Suas mãos machucadas agarravam os troncos das árvores, subindo centímetro após o outro, o cascalho terminando de rachar a pele já rasgada, algumas ferpas entrando na sua carne exposta. As lágrimas molhavam o rosto da cadete, mas ela não parou.

Pelo contrário, Alya tentou se pendurar de uma árvore para a outra, obtendo sucesso por pouco, a dor começava a tomar conta de todos os seus ossos, o frio deixava tudo mais dolorido, o sangue caía de seu peito, Alya ava de uma árvore para a outra, tudo implorava para que ela parasse, sua cabeça girava levemente, mas um sorriso leve em seus lábios permanecia. 𝑰𝒏𝒔𝒂𝒏𝒂, as vezes sentia que essa palavra lhe representava.

Se agarrou a um galho, ficando pendurada a metros do chão. As mãos latejando, o peito ardia como o inferno, mas ela permaneceu ali, quieta, nem um soluço, nem uma careta era possível ser vista, apenas algumas lágrimas descendo por suas bochechas.

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Turno 02:

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⠀𝇅⃘⚬⠀᜔𝇔⃞𝐀𝐥𝐲𝐚 𝐃'𝐧𝐞𝐞𝐫࿔

Tudo no corpo de Alya implorava a ela que se soltasse, que cedesse ao chão, os braços dela gritavam pelo esforço, e finalmente o choro veio, consequência de tudo que estava sentindo, a garganta ardia pela respiração descomada, e ela tentava se agarrar mais forte ao galho, mas seu sangue já sujava a madeira, ela tentava urgentemente se agarrar a qualquer parte de si mesma, mas ela estava o caos.

Respirou fundo incontáveis vezes, e tudo cessou, o choro, os soluços, as lágrimas, e ela focou tudo que podia na dor, precisava senti-la, Alya precisava que a dor fosse parte de si, para finalmente não ceder a ela. E então tudo virou o caos, absolutamente tudo que ela precisava era soltar suas mãos, tudo que ela queria era chorar e aliviar esse sentimento de alguma forma, mas quando iria começar a chorar, sua respiração agia, com dificuldade, com dor, ela permanecia ali, pendurada.

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Turno 03:

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⠀𝇅⃘⚬⠀᜔𝇔⃞𝐀𝐥𝐲𝐚 𝐃'𝐧𝐞𝐞𝐫࿔

Alya não tinha mais força, seus braços tremiam, as pernas gritavam, os braços pediam socorro, as mãos e o peito machucados, ela precisava soltar, tudo dizia para soltar, só que a cada segundo que ava, ela se auto estabilizava, a dor já estava começando a fazer parte do seu cérebro, como se a envenenasse como uma toxina, quando Alya ia cair e soltar o tronco, usou totalmente o resto de sua força para agarra-lo e impulsionar o seu corpo para cima.

Sentia o sangue continuar a melecar sua roupa, mas não se importou, nada importava naquele momento, apenas não despencar, ela finalmente estava sentada na árvore, mas não poderia ficar ali, precisava ir para a enfermaria, então apenas com determinação, ela desceu da árvore, a postura firme, estava estilhaçada. Mas a garota não despencou.

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