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Capítulo 13 - O Preço da Glória

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A tempestade que havia açoitado o navio por horas finalmente começava a se dissipar. O céu cinzento clareava lentamente, revelando o brilho fraco da aurora sobre as águas inquietas. O navio das Ilhas de Ferro, castigado pelos ventos e pelas ondas, ainda se mantinha firme, embora cada tábua rangendo contasse a história da luta contra o mar. Voryn estava no convés, os cabelos molhados grudados na testa, as mãos calejadas de segurar as cordas durante a tormenta. Seus olhos fixavam o horizonte com uma mistura de exaustão e determinação. Cada dia no mar era uma batalha diferente contra inimigos ou contra o próprio oceano.

Dagor se aproximou, mancando levemente após ser arremessado contra uma amurada. Seu sorriso era tão torto quanto suas cicatrizes.

“Sobreviveu mais uma, garoto. O mar ainda não te engoliu.”

“Ele ainda não tentou de verdade,” respondeu Voryn, forçando um meio sorriso.

A tripulação trabalhava em silêncio, recolhendo destroços, ajustando velas rasgadas e verificando os danos ao casco. O capitão estava de pé no alto do castelo de popa, os olhos atentos as nuvens distantes que se afastavam para leste.

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A Chegada em Pyke

Horas depois, os contornos familiares das Ilhas de Ferro surgiram à vista. Penhascos escuros como aço erguiam-se do mar, coroando fortalezas ancestrais esculpidas pela fúria das ondas. A chegada a Pyke não era apenas um retorno, mas uma apresentação cada navio que voltava contava uma história de saque, sobrevivência ou vergonha. No porto, homens e mulheres dos clãs de ferro observavam a aproximação do navio, ansiosos para saber que notícias traziam os ventos do sul. Voryn sentia os olhares sobre si. Ele era jovem, mas seu nome já começava a ser sussurrado em tavernas e salões de pedra. O jovem que enfrentara um navio Lannister e voltara para contar.

O capitão desceu primeiro, saudado por acenos respeitosos. Atrás dele, Voryn e Dagor seguiram, cada um carregando o peso invisível da viagem. Os prisioneiros foram retirados do porão entre eles, o mercador de Tarth, que agora mal conseguia ficar de pé.

“Levaremos os cativos ao salão de Balon Greyjoy,” disse o capitão. “A decisão sobre seus destinos caberá ao senhor das Ilhas de Ferro.”

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O Salão de Pedra

O salão de Balon Greyjoy era frio como a pedra que o sustentava. O vento do mar cortava pelas frestas das janelas, trazendo o cheiro de sal e marés distantes. Voryn nunca havia estado tão perto do Trono de Pedra, onde Balon reinava, mas ali estava ele — um guerreiro que sobrevivera e retornara com espólios e prisioneiros.

Balon Greyjoy observou o grupo com seu olhar severo. “Vocês trouxeram algo de valor?” perguntou, sua voz como pedra quebrando ossos.

O capitão fez um gesto para Voryn, que empurrou o mercador de Tarth para frente.

“Este homem é de Tarth, de uma família com terras e ouro. Pode valer um bom resgate.”

Balon se inclinou ligeiramente para frente, avaliando o prisioneiro com olhos frios.

“Se o ouro vier, ele vive. Se não, ele alimenta o mar.”

Voryn manteve o olhar fixo no Senhor de Pyke. Era essa a vida que escolhera. Saque, prisioneiros, e ouro manchado de sangue. Mas mesmo sob o peso da tradição, ele sentia que algo faltava. Algo que nem o aço, nem o ouro, nem o próprio mar poderiam oferecer.

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Reflexões na Noite

Mais tarde, no alto de uma das falésias, Voryn se afastou da festa e da bebedeira que tomavam o porto. As canções de saque e vitória ecoavam ao longe, mas ele precisava de silêncio.

Dagor, como sempre, não estava longe.

“Você parece um homem com mais perguntas do que respostas,” disse o veterano.

“Eu me pergunto se esse é o único caminho,” itiu Voryn. “Se há outra forma de ser lembrado além de ouro e cadáveres.”

Dagor riu, mas havia cansaço em seu riso.

“Garoto, você pode tentar ser diferente, mas o mar vai te lembrar quem você é. A única coisa que importa é sobreviver à próxima maré.”

Voryn não respondeu. Ele apenas olhou para o horizonte escuro, onde o céu e o mar se fundiam em um véu cinzento. O mar era implacável, sim. Mas talvez, só talvez, ele pudesse encontrar sua própria maneira de navegar entre as ondas.

E o mar, como sempre, aguardava.

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