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Circe e o peso da imortalidade

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𔘓 ٫ Mᴇꜱᴍᴏ ᴀǫᴜᴇʟᴇꜱ ǫᴜᴇ ᴛɪɴʜᴀᴍ ᴍᴇ

ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀʀᴀᴍ

  ᴏ ʙᴀꜱᴛᴀɴᴛᴇ ᴘᴀʀᴀ ꜰɪᴄᴀʀ . . . ᝰ

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Circe e o peso da imortalidade-[c]

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[C]𔘓 ٫ Mᴇꜱᴍᴏ ᴀǫᴜᴇʟᴇꜱ ǫᴜᴇ ᴛɪɴʜᴀᴍ ᴍᴇ 
[C]ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ

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Você já ouviu falar da deusa Circe, filha do Sol? Uma de suas aparições mais populares é na Odisséia, um dos textos épicos mais populares da Grécia Antiga, embora também possua múltiplas participação em obras mais contemporâneas. Na minha concepção, ela é uma das mais subestimadas da mitologia grega. Eu mesma conhecia bem pouco de suas origens antes de emergir em uma leitura que, apesar de não estar diretamente atrelada à história real da deusa, fez com que ela se tornasse uma de minhas figuras mitológicas prediletas. Confesso que, ainda que seja meu favorito, não tinha intenções de recomendar esse livro, justamente por ter certo "ciúmes" dele. Entretanto, finalmente decidi deixar o egoísmo de lado e compartilhar um pouco sobre essa obra divina que estará sempre entre as minhas produções literárias mais queridas. O livro, além de ser uma releitura de diversos mitos, distorce a retratação original de Circe, como uma feiticeira cruel, além de trazer uma reflexão profunda sobre o fardo de sua eternidade.

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[C]𔘓 ٫ Mᴇꜱᴍᴏ ᴀǫᴜᴇʟᴇꜱ ǫᴜᴇ ᴛɪɴʜᴀᴍ ᴍᴇ 
[C]ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ

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"Circe" é um romance, publicado em 2018 pela autora Madeline Miller, que narra a história da deusa mencionada no título, tendo como principal base os contos da Odisséia de Homero. A obra se inicia com os relatos da própria Circe referentes ao seu nascimento. Ela é filha do Sol, Hélio, e da bela ninfa Perse. Desde criança, era vista com certo desprezo pelos demais deuses. Isso se devia ao fato de não ser atraente, não possuir grandes poderes e ter uma voz considerada incômoda para as outras divindades. Por muitos milênios de sua eternidade, Circe persistiu vivendo com o desdém dos outros deuses, sem compreender suas naturezas soberbas e de certa forma sádicas. Um dia, ela acaba se encontrando com um pescador, Glauco, com o qual desenvolve uma amizade sincera e posteriormente sentimentos mais profundos. No entanto, considerando que ele, diferente de Circe, era mortal, em breve ambos acabariam se separando. Atormentada pela ideia de perder seu primeiro e único amigo, ela decide usar a seiva de flores mágicas, nascidas do sangue de Cronos, para tentar transformar o jovem em um deus. Surpreendentemente, seu plano dá certo; todavia, Glauco muda drasticamente sua personalidade ao tornar-se uma divindade, abandonando Circe e tomando Cila, uma ninfa arrogante, como sua legítima esposa. Enciumada, a deusa utiliza dos mesmos métodos anteriores para transformar Cila em uma criatura tenebrosa, porém, arrepende-se imediatamente após ver os impactos de sua feitiçaria. Agora que Circe tinha certeza da eficácia de seus poderes e seus grandes riscos, ela decide confessar seus feitos para seu pai, fazendo-o descobrir que seus demais filhos com a ninfa Perse também possuíam poderes provenientes daquelas flores. No entanto, como punição por sua bruxaria e com certo temor de seus poderes, Zeus, o rei dos deuses, decide castigar Circe, exilando-a para ilha de Aiaia, na qual precisaria viver por toda eternidade. Ainda que o local em questão não seja de todo mal, a deusa encontrará muitos desafios em seu confinamento eterno.

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[C]ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ

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Caso tenha se interessado pela leitura, gostaria de salientar que este tópico, diferente dos demais, possuirá alguns spoilers. Dentre as muitas reflexões que podem surgir dessa leitura, uma das mais expressivas é o conflito interno da própria Circe, a qual não se identifica com sua posição divina. A imortalidade, algo tão cobiçado na ficção, é justamente um dos maiores fardos que Circe carrega. Uma das coisas que reforça essa perspectiva é o fato dela ser muito apegada aos seres humanos, os quais possuem um tempo mais limitado no plano terreno, quando comparados aos deuses. Durante a obra, descobrimos que o que faz com que Circe seja tão diferente e desprezada pelos outros deuses é o fato de se assemelhar muito aos seres humanos, fisicamente e emocionalmente. Essa similaridade também induz sua aproximação em relação a eles, bem como a facilidade que possui para estabelecer vínculos afetivos com os homens. No entanto, ser tão apaixonada pelos seres humanos acabou sendo um castigo ainda maior para Circe do que seu exílio. Pois ela precisou ver todos os seus amores partirem. Como dito na própria obra, não há nenhum deus que deteste tanto sua divindade quanto Circe. Além de acompanharmos a evolução da deusa durante a leitura, também refletimos sobre sua condição solitária. A feiticeira foi diversas vezes rejeitada tanto pelos deuses quanto pelos homens, vendo-se consumida por um tormento silencioso. No fim, subentendemos que ela encontra uma saída de seu sofrimento, finalmente libertando-se da sua divindade e tornando-se definitivamente uma humana.

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[C]ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ

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Sei que essa não é uma leitura atrativa para todos os tipos de públicos, porém foi um livro que me comoveu significativamente, tornando-se um de meus favoritos. Não tenho expectativas de que meu projeto de recomendação vá atrair a atenção de muitos leitores, mas ao menos não fui egoísta o bastante para não compartilhar essa obra. Para mim, essa é uma daquelas histórias sobre como um relato pode mudar completamente quando contado do ponto de vista do vilão. Talvez um dos fatores que faz com que eu tenha um apego tão grande por esse livro seja a identificação que tenho com certos elementos da narrativa de Circe. Entre o amor dos homens e o castigo dos deus, temos muito a refletir com a trajetória dessa bruxa encarcerada.

‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ‎ ⊹ Cᴀᴘᴀ & Esᴛᴇ́ᴛɪᴄᴀ

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[C]ᴀᴍᴀᴅᴏ ᴜᴍ ᴘᴏᴜᴄᴏ ɴᴀ̃ᴏ ꜱᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ
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