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٫⠀ᴛʜᴇ ʀᴇп̵ʟꪱsп̵ᴛꪱᴏп ᴛʜп̵ᴛ ʟꪱғᴇ ꪱs п̵ʙsᴜяᴅ⠀٬
ᴄп̵ɴиᴏᴛ ʙᴇ п̵п ᴇпᴅ, ʙᴜᴛ ᴏпʟʏ п̵ ʙᴇɢꪱɴиꪱпɢ.
𝕬⠀𝐁⠀𝐒⠀𝐔⠀𝐑⠀𝐃⠀𝐈⠀𝐒⠀𝐌
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𝐈. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐎𝐁𝐒𝐂𝐔𝐑𝐈𝐓𝐘
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤA busca pelo sentido da vida, do mundo ou até mesmo da própria existência não é uma novidade: durante séculos o ser humano perguntou ao universo qual era o seu objetivo, propósito ou significado, mas a resposta equivalia ao silêncio da incerteza. Ainda assim, com o ar do tempo surgem correntes filosóficas que se propõem a solucionar este problema, estando entre elas o absurdismo, tendo como um dos seus principais representantes o filósofo e escritor Albert Camus. O absurdismo emerge inicialmente como um conceito do absurdo e na sua base descreve o conflito existente entre a persistência (em alguns casos até mesmo desespero) humana em procurar um significado e, em oposição, a aparente indiferença do mundo. Ao contrário de outras correntes como o existencialismo, o estoicismo, ou particularmente o niilismo, cuja semelhança com o absurdismo dispersa-se na reação à ausência do sentido, pois enquanto um se resigna à negação da vida, ou outro sugere que essa conclusão seja enfrentada com uma aceitação e lucidez perante o absurdo, liquidando a resignação para reagir com uma revolta consciente. Quando o caos é confrontado pela lucidez nasce um momento marcado tanto por uma certa beleza quanto tragédia, numa recusa em abandonar a vida por mais que esta se mostre ausente de razão. A falta de sentido transforma-se então numa fonte de liberdade, apesar da visível tensão de uma pergunta que está longe de ser puramente teórica, uma vez que pode dispor o Homem a uma crise existencial.
Apesar do absurdismo não se tratar de uma escola filosófica formal como, a título de exemplo o existencialismo, mas sim uma posição filosófica relativamente às perguntas sobre o sentido, existem várias figuras, seja em associações diretas ao conceito ou por abordagem que caminham lado a lado com este pensamento. Como já anteriormente referido, à cabeça deste movimento está não apenas Albert Camus com a sua definição do mundo como o confronto entre a busca humana por sentido e o silêncio irracional do mundo, tendo como principais obras nesta matéria “O Mito de Sísifo”, “O Estrangeiro” e “A Peste”, mas também Søren Kierkegaard numa abordagem mais voltada à relação entre homem finito e o infinito (Deus), com as obras “O Desespero Humano” e “Temor e Tremor”. Também Franz Kafka que, apesar de ser uma figura voltada à literatura, mostra-se um ponto essencial do absurdismo através dos mundos impessoais e indiferentes à condição humana em histórias e contos como “O Processo”, “A Metamorfose” e “A Colónia Penal”. Por fim, mas não menos importante, Samuel Beckett, que através das artes do espetáculo apresenta personagens em cenários estagnados, repetitivos e sem sentido aparente, que mesmo assim continuam a agir. Em peças como “À espera de Godot”, o dramaturgo traz o espírito absurdo na forma artística, usando o silêncio e vazio como ferramentas de expressão.
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𝐈𝐈. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐒𝐎𝐍𝐎𝐋𝐄𝐍𝐂𝐄
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤUm dos primeiros os a se dar para entender qualquer conceito consiste numa procura pela sua origem, seja no contexto histórico ou etimologia da palavra. Tendo isso por base, observe-se a palavra que deu forma a esta rede de pensamento: absurdo. Analise-se inicialmente a sua etimologia, que vem do latim “absurdus” com sentido em "desafinado", "dissonante" ou "desarmônico", que evoluiu até aos dias de hoje como algo sem sentido. Então, o que é o absurdo no seu sentido filosófico? Numa forma geral, é utilizado para descrever uma situação, ideia ou argumento que aparentam incoerência tal que se torna irracional, ilógico ou de alguma forma contraditório. Mas o absurdo assumiu diferentes formas que se distinguem em pontos cruciais: por exemplo, na filosofia absolutista, que argumentam sobre verdades absolutas, objetivas, imutáveis e universais, afirmam que qualquer coisa que contradiga alguma dessas verdades será um absurdo, pois falha no raciocínio ou lógica por eles definida. Sendo assim, a busca pela razão é para eles a forma de fuga ao absurdo. Em oposição, na filosofia relativista que aponta a invalidez de verdades absolutas e objetivas, substituindo-as por uma noção que expressa o valor da verdade ao valor relativo que cada individuo ou grupo lhe atribui respetivamente. Nesta visão, o absurdo não a de uma construção social e cultural, surgindo quando as crenças e valores de diferentes culturas ou indivíduos entram em conflito, ou seja, nada mais do que uma consequência da diversidade do mundo.
A exploração do absurdo ganhou maior relevo na filosofia pós-moderna, quando a crença de que a razão levaria à verdade ou ao progresso entrou em crise e este pareceu uma solução. Na ausência de verdades absolutas ou universais, o mundo apresenta uma falta de sentido que pode forçar o individuo a criar o seu próprio significado. Além disso, é usado nas artes como uma ferramenta para criticar a estrutura social da época, que pretende rejeitar a rigidez da lógica, adotando um lado mais caótico e irónico. O absurdo é visto como uma condição inerente à pós-modernidade, e a busca por significado é vista como uma tarefa individual e subjetiva. Na contemporaneidade, este pensamento continua a ter certa relevância, mais abordado agora pela ética e moral através de Peter Singer e Thomas Nagel. Com o surgimento da tecnologia, também outros pensadores começam a considerar o absurdo como uma condição da própria existência humana, mantendo a procura pelo sentido um problema até aos dias que correm.
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𝐈𝐈𝐈. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐌𝐔𝐑𝐃𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤNo entanto, este ensaio visa analisar o absurdo na sua dimensão dentro do Absurdismo, que por sua vez parte de uma ideia simples e poderosa: existe um conflito fundamental entre o ser humano e o mundo. Dentro dessa ideia surge a reflexão sobre o desejo humano, há muito constante, de clareza e ordem, não apenas na verdade e conhecimento, mas também no sentido, que é o que irá despertar o interesse dos absurdistas. Todavia, o mundo nunca sucedeu a transmitir uma resposta clara a esta procura, invés disso demonstrando indiferença e silêncio. Este conflito doo racional, que consiste em perguntas como “porque estou aqui?” ou “qual o sentido da vida?”, advém da necessidade humana em entender as coisas que o rodeiam. O Homem deseja explicações, causas e propósitos para tudo, e propõe-se a procurar eternamente sobre cada uma delas. Em contraposição, o irracionalismo mostra o universo como aquilo que ele é, que jamais irá satisfazer aqueles que tanto querem respostas, pois a única que ele transmite é o silêncio e a indiferença perante aquilo que nos parece imprescindível. No entanto, o surgimento do absurdo através disso apenas indica que ele não existe no universo em si, mas é por outro lado uma característica da relação humana com ele. A consciência da nossa própria existência é aquilo que induz às averiguações sobre o propósito da desta, tornando-se um despertar e até mesmo um sentimento.
Embora este sentimento de incompreensão e desorientação possa causar um certo medo, levando algumas vezes ao desespero e crises existenciais, o absurdismo decide reagir a esta ignorância racional de forma completamente diferente de, por exemplo, o niilismo. Ora, Albert Camus aponta que as pessoas podem reagir de três formas diferentes perante este confronto: através do suicídio, a medida permanente do fim da condição de vida; através da religião, procurando conforto nas crenças absolutas e indiscutíveis, que são apenas por serem; ou uma aceitação revoltada, onde se reconhece o absurdo, mas não se resigna e continua uma vida plena. É uma solução que, de acordo com o autor, exige especial coragem e ousadia, pois trata-se de uma insistência persistente na vida e no seu máximo de potencial de lúcida e sem ilusões. Todavia, como nem tudo pode ser desesperante, esta perceção do mundo que carece em sentido permite ao ser humano a liberdade de poder criar os seus próprios significados, de forma individualista. Torna-se uma criatura radicalmente livre, seja pelo seu bem ou pelo seu mal, uma vez que essa liberdade tanto pode ser angustiante como libertadora. Na mesma medida, quando confrontado por este conflito, Kierkegaard, que embora seja colocado como um pré-existencialista, entra em constante diálogo com o absurdo embora disperse do posicionamento de Camus. Para o dinamarquês, o paradoxo existencial verifica-se entre a razão e a fé, pois o ser humano quer não só entender o sentido, mas também Deus, nomeadamente certos mistérios que o envolvem como a encarnação. Estes, que não podem ser explicados pela razão, declaram novamente o estado do absurdo, pois excedem a lógica humana. Todavia, Kierkegaard explica que deverá ser aceita com fé, surgindo o conceito do “salto da f锹 que retrata a transição radical e subjetiva que o indivíduo faz ao escolher acreditar em Deus, mesmo quando a razão não oferece garantias. Tal como Camus, o filósofo também acredita que se deve assumir responsabilidade pela nossa própria existência, independentemente das dificuldades que são impostas entretanto, inclusive as perguntas sobre o sentido dessa mesma existência. Mas o confronto entre as diferentes abordagens dos dois daria espaço a uma discussão muito mais extensa que será deixada para outro momento.
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𝐈𝐕. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐂𝐇𝐀𝐎𝐓𝐈𝐂
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤEm 1942, ainda quando o pós-modernismo dava os seus primeiros os, é publicada uma das obras centrais do absurdismo: “O Mito de Sísifo”, por Albert Camus, figura fundamental já mencionada. Considerada por muitos como o ensaio filosófico responsável pela fundação desta corrente de pensamento, começa inicialmente por questionar-se se o suicídio será o único problema filosófico de importância para a humanidade. A relação entre o absurdo e o suicídio será por isso o tema principal no ensaio. Através da escrita direta e provocadora pela qual Camus é conhecido, é nessa introdução que o filósofo questiona essencialmente se a vida vale ou não a pena ser vivida, tendo em conta que o universo é assim, indiferente ao ser humano e sem sentido. “Qual deles, a Terra ou o Sol, gira em redor do outro, é-nos profundamente indiferente. A bem dizer, é um assunto fútil. Em contrapartida, vejo que muitas pessoas morrem por considerar que a vida não merece ser vivida. Outros vejo que se fazem paradoxalmente matar pelas ideias ou pelas ilusões que lhes dão uma razão de viver”², é a partir de exemplos históricos que o autor pretende demonstrar que mesmo aquilo que despertava tantos debates séculos atrás, ganhou certa irrelevância no quotidiano atual, apontando para o facto de que há questões que por mais intelectuais e fascinantes que sejam, não têm um impacto real sobre a nossa existência, não possuindo o caráter de urgência. Por outro lado, o sofrimento real existencial é capaz de ser justificação suficiente para alguém pôr um fim à vida, colocando o suicídio como resposta ao absurdo, tornando esta questão filosófica séria pela conexão com o íntimo do ser.
Em outra dimensão, alguns perdem esse mesmo íntimo ao entregarem-se a ideologias, crenças ou religiões, que aponta como apenas ilusões, embora façam aparentar que a vida tem sentido. Surge então um paradoxo: as pessoas matam-se ou matam em nome daquilo que elas próprias inventaram, com objetivo inicial em tornar a vida ável. Mas o autor estende o raciocínio, explicando o surgimento do absurdo na vida do ser humano, que poderá enfim levá-lo a aplicar em si medidas drásticas. É no momento em que nos confrontamos com a ausência do sentido que se interage pela primeira vez com o absurdo: e isso poderá acontecer a qualquer um e a qualquer momento, mesmo nas vidas mais rotineiras. Trata-se de um “perigo” constante de qualquer pensador ser, como o próprio Camus escreve, esbofeteado pela irracionalidade do mundo, comparando esses momentos de clareza com a queda do pano de fundo de um cenário do teatro, revelando a verdade da falta de sentido dessa vida quotidiana. A tentativa fútil do ser humano tentar forçar o mundo a ter sentido também é criticada, sendo um dos tópicos mais recorrentes de toda a metafísica desde os gregos, como Platão até à filosofia moderna, em Descartes, por exemplo. Toda a metafísica tem-se proposto, acima de tudo, a dar uma ordem e criação do mundo, atribuindo-lhe um sentido, no entanto, são incapazes de responder com exatidão à questão fundamental do porquê da existência, embora permanentemente insistam em fazê-lo. Todavia, como o próprio deixa explícito ao longo da obra, o suicídio, seja físico ou filosófico (que consiste no refúgio através da religião ou metafísica que traga um conforto ilusório do sentido), não deve ocorrer como uma resposta a este conflito, por outro lado, deverá haver uma revolta que parta do sujeito. Esta revolta conclui que o ser humano continue a sua vida plenamente consciente da carência de sentido do mundo, como uma forma de protesto contra isso mesmo; é uma atitude de resistência e afirmação da liberdade humana diante a irracionalidade do mundo. Albert Camus explica que a verdadeira liberdade provém exatamente dessa aceitação do absurdo, uma vez que apenas quando se vê livre das ilusões do mundo poderá viver autenticamente. Esta postura levará futuramente à paixão pela vida, pois é capaz de ver a falta de sentido como a realidade significativa do mundo, fora de qualquer objetivo ou essência que seja esperada dele.
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𝐕. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐇𝐎𝐏𝐄𝐋𝐄𝐒𝐒
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤÉ apresentada a figura de Don Juan, ator e amante de centenas ou milhares de mulheres, no capítulo do homem absurdo com o propósito de demonstrar um exemplo daquele que vive o absurdo. Esta figura espanhola que se tornou personagem arquétipo em várias obras ao longo dos séculos serve também para Camus como um modelo de sujeito que é capaz de viver intensamente cada momento, demonstrando através dos seus romances: ele não ama uma mulher eternamente, no entanto, ama cada uma delas intensamente e no instante. No fundo, representa o homem que invés de procurar um único valor absoluto e eterno, escolhe por outro lado vivenciar as várias experiências que lhe são disponíveis, encontrando e vivendo o amor em cada um dos seus romances “Porque seria necessário amar raramente para amar muito?”³. Embora o “donjuanismo” seja regularmente moralmente condenado, o autor vê no personagem um herói lúcido, não descrevendo o seu comportamento como o de um sujeito libertino e fútil, mas sim alguém consciente e deliberado, pois ele vive, deseja e experimenta, tendo plena noção que nada disso irá perdurar, escolhendo por isso aproveitar a intensidade que o momento lhe dá.
Uma solução perante o absurdo será também a de assumir uma postura de distanciamento irónico, encarando a vida e a sua falta de sentido como uma comédia, onde pode manter a calma mesmo diante da tragédia que é a condição humana. Na real circunstância do “Mito de Sísifo”, que ocorre após toda a reflexão sobre o absurdismo, utilizando a figura mitológica como uma metáfora simbólica da filosofia absurdista. Este ser, que contam as histórias foi condenado a carregar um pedregulho montanha acima, apenas para quando chegasse ao topo esta voltasse a rebolar montanha abaixo, e ele teria que refazer esta ação pelo resto da eternidade. Esta condenação veio do facto de que no leito da sua morte, comandou à sua mulher, como uma última prova de amor, que esta deixasse o seu corpo sem sepultura no meio da praça. No entanto, perante a obediência contrária ao amor humano da mulher, Sísifo pediu a Plutão que voltasse a Terra para punir a esposa. Porém, assim que testemunhou novamente os prazeres e felicidades dali, não quis retornar ao Inferno, mesmo depois de vários avisos, sendo necessário anos depois ir Mercúrio buscá-lo. Ora, é exatamente nesta condenação que Albert Camus vê Sísifo como uma perfeita retratação absurda da condição humana: uma busca imparável pelo sentido e pelo objetivo, mesmo com plena noção da sua inexistência. Uma recusa em “baixar os braços”, mantendo esforços contínuos mesmo sabendo que o que se deseja é, no fim, inalcançável. Ainda assim, o filósofo profere uma frase que mostra um ponto de viragem relativamente à figura mitológica: “É necessário imaginar Sísifo feliz”⁴. É exatamente a partir desta noção, de imaginar que mesmo perante a situação em que Sísifo se encontra, continua feliz, que se demonstra a revolta contra o absurdo que Camus pregou até então, pois significa que apesar da tarefa absurda que lhe foi concebida, o personagem aceitou a sua condição sem recorrer a ilusões como a esperança por algo diferente, ou até mesmo a religião. Desta forma, Sísifo mostra-se maior que a sua própria punição, pois no fim, esta não lhe perturbou o seu viver, que permanece feliz apesar de trágico, mostrando que nem mesmo esse castigo poderia lhe retirar a liberdade.
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𝐕𝐈. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐒𝐇𝐀𝐃𝐎𝐖𝐈𝐍𝐆
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤNo apêndice da obra, Camus faz uma crítica a três autores, um deles já mencionados e analisados neste ensaio. Tanto no caso de Kierkegaard, relativamente ao “salto de fé”, quanto de Dostoievski, que principalmente nas suas obras “Os Irmãos Karamazov” ou “O Idiota”, escreve sobre personagens em profunda tragédia e sofrimento, respondem através da necessária existência de Deus como justificação da falta de sentido, sendo ele a única saída possível. Durante essa crítica, referencia a frase retirada de uma fala de Ivan Karamázov “Se Deus não existe, tudo é permitido”⁵, que no fundo deixa transparecer a visão da fé como algo necessária para a sustentação da moral e da razão, caso contrário serão entregues ao caos. Camus prossegue na sua posição de renúncia relativamente a qualquer salto metafísico e abraça a revolta lúcida. Relativamente a Kafka, ainda durante o apêndice intitulado “A esperança e o absurdo na obra de Franz Kafka”, o filósofo procede a elaboração de uma crítica àquele que chama “o artista absurdo”, através de um discurso de certa forma ambíguo, uma vez que ao mesmo tempo em que ira tanto o autor quanto a sua respetiva obra, discorda com certos pontos presentes na sua escrita. O filósofo reconhece nas obras de Franz Kafka, como em “O Processo” ou “O Castelo” e “A Metamorfose”, embora existam outros exemplos como um dos seus contos, “Colónia Penal”, mundos profundamente absurdos pelos seus sistemas incompreensíveis e burocracias opressoras, onde os personagens estão numa espécie de luta constante contra certas forças que, no fim, não compreende e tampouco se deixam ser compreendidas. Por mais que desejem procurar pelo sentido, essas forças não respondem e nunca deixam uma explicação clara. Esta ideia anda de mãos dadas com a própria noção do absurdismo camusiana, encontrando nisto uma sincronia de pensamento. No entanto, em alguns momentos Kafka ainda apresenta elementos que permitem interpretações que levam a fugas metafísicas ou transcendentais para responder a uma esperança em algo além do ser. Esse será, em última instância, o responsável pela possibilidade de uma redenção final, ou até mesmo alguém capaz de dar lógica e sentido ao mundo, consequentemente respondendo às perguntas existenciais. Na visão de Camus, isso nada mais é do que uma tentativa a escapar do absurdo na sua essência, pois embora não negue a esperança e as possibilidades, exprimindo que elas existem sim, mas são iníveis por diferentes razões. Kafka é então colocado pelo próprio Albert Camus como um expoente de excelência sobre o absurdismo na literatura, mas existe ainda outra área onde o absurdo ganhou certo destaque, que é o teatro e às mãos de Samuel Beckett.
Em específico, através da obra “À espera de Godot”, uma peça de teatro que demonstra através da interação de uma série de personagens o vazio existencial e a busca pelo significado. O cenário de fundo é uma estrada no meio de um deserto, com apenas uma árvore, ou durante a peça discutida como podendo ser até um arbusto, onde dois personagens, Vladimir e Estragon (chamado de “Gogo” pelo outro), mais tarde outros dois, Pozzo e o seu escravo Lucky, interagem em diálogos que beiram o incoerente de forma caótica. A peça está dividida em dois atos, numa linha temporal que seriam dois dias, onde tudo se repete de forma muito semelhante mais uma vez, representando uma rotina onde apesar de tudo, se mantém uma persistência na esperança perante o absurdo. É através da metáfora da espera por algo que nunca se chega a realizar, da repetição das mesmas atividades que não levam a qualquer progresso. No fim, nunca é revelada a identidade de Godot, assumindo-se que representa uma entidade metafísica como Deus ou um conceito como a morte ou o nada. Outro ponto em destaque para análise está nos discursos imensos, a certo ponto até monólogo, nos quais raramente conseguem se comunicar com eficácia, refletindo um ponto típico no teatro absurdo: a incomunicabilidade.
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𝐕𝐈𝐈. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝐅𝐀𝐈𝐓𝐇𝐋𝐄𝐒𝐒
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ㅤ!⠀𑐓🉈ㅤMas será a revolta com o absurdo sustentável a longo prazo? Não será a liberdade e a responsabilidade pela ausência de sentido um fardo prejudicial à própria existência?
Encarar o absurdo de frente, com honestidade, implica um modo de vida e de ver o mundo muito próprio de quem se orienta tendo esta corrente filosófica por base. Não existe a lamentação, o que significa que se nega o desespero niilista, mas ao mesmo tempo também não se trata de uma esperança cega normalmente orientada pela religião, ou crenças do tipo. Como o próprio Camus sugere, “O absurdo não liberta: amarra”⁶, que contraria o que alguns apontam como uma oportunidade de fuga ou liberdade total, mas sim levar uma vida conflituosa com os padrões que uma vida com sentido e respostas tem. O ser humano é, nessa última instância, livre para criar o seu próprio modo de vida, o que necessita de coragem, pois não há um guião do que fazer ou deixar de se fazer, do que tem sentido ou objetivo, em certo ponto, nem mesmo do certo ou do errado. Tudo isso depende agora do próprio sujeito, se a ousadia e paixão pela vida, apesar de absurda, lhe for suficiente. Não havendo objetivos ou metas supramundanas, existe uma maior valorização do aqui e do agora, da circunstância vivente atual, dando espaço para uma intensidade de viver, focada totalmente no presente. Tal como Sísifo, eternamente preso no “agora” onde tem que empurrar a pedra, deve-se imaginar que está feliz, pois recusa-se a ceder ao desespero. As mentes absurdas também têm uma característica em comum, que é a criatividade e autenticidade, manifestadas pelo costume em expressarem-se através da escrita, composição ou arte, afirmando, ou reafirmando, a liberdade e a condição humana.
E o que terá um ponto de vista ético a dizer sobre isto? Uma vez o absurdismo parte de um princípio onde não existe uma fundamentação do bem e do mal, que ficam à recriação do sujeito, não existe uma “moral universal” garantida por um certo Deus, ordem cósmica ou própria racionalidade. Com isto, pode-se concluir dois pontos essenciais: a ética/moral não existem além do Homem, o que significa que são criações do próprio, não algo natural ou obrigatório, e também que não é o mundo que diz o que é certo ou errado, ou como se deve agir, e cabe a cada pessoa enfrentar a liberdade ética sem nenhum apelo superior, o que, no entanto, não significa que tudo seja válido. A criação do próprio caminho também implica um certo compromisso de, por exemplo, a criação dos próprios valores, a total responsabilidade pelos seus atos, tornando-a altamente individual, no sentido em que cada um está por conta própria durante esta elaboração, embora haja um padrão de comportamento, ditado pela fidelidade à condição humana. Isto é, existem os princípios da lucidez, uma vez que vive consciente da ausência do sentido; da autenticidade, pois não se deixa iludir ou levar por mentiras reconfortantes; responsabilidade, já que tem o dever de assumir sempre as consequências dos seus atos, considerando por isso até mesmo uma “superioridade” no seu gesto ético; e respeito pela liberdade do outro, pois recusa qualquer ideologia que negue ou condicione os direitos de outrem.
ㅤO absurdista é, por excelência, um dos maiores escritores do próprio caminho, sem muletas metafísicas ou amarras da fortuna.
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𝐂𝐎𝐍𝐒𝐈𝐃𝐄𝐑𝐀𝐂̧𝐎̃𝐄𝐒
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Devo relembrar que este conteúdo
é feito com um intuito de ensaio
filosófico académico para a
Universidade da Beira Interior (UBI),
na sequência da cadeira "Filosofia
Contemporânea", na responsabili-
dade do docente André Barata,
presidente da FAL (Faculdade de
Artes e Letras), o que significa que
em caso de plágio isso não repre-
sente apenas um crime de cópia,
mas é também um roubo intelectual
agravado. Obrigada pela atenção
e leitura, espero ter esclarecido o
conteúdo relativamente à corrente
filosófica em questão.
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ㅤㅤㅤㅤㅤ𝖭𝗈𝗍𝖺𝗌 𝖽𝖾 𝗋𝗈𝖽𝖺𝗉𝖾́:
ㅤ¹ “A vida estética é a perda do eu; a vida ética é
ㅤa conquista do eu; a vida religiosa é a entrega
ㅤtotal do eu a Deus”, Søren Kierkegaard, Estádios
ㅤno Caminho da Vida (Stadier paa Livets Vei, 1845)
ㅤ² Albert Camus, Mito de Sísifo - Ensaio sobre o
ㅤabsurdo (Le Mythe de Sisyphe – Essai sur
ㅤl’absurde, 1942), Livros do Brasil/Porto Editora,
ㅤ (2016), pág. 15
ㅤ³ Albert Camus, Mito de Sísifo - Ensaio sobre o
ㅤabsurdo (Le Mythe de Sisyphe – Essai sur
ㅤl’absurde, 1942), Livros do Brasil/Porto Editora,
ㅤ(2016), pág. 68
ㅤ⁴ Albert Camus, Mito de Sísifo - Ensaio sobre o
ㅤabsurdo (Le Mythe de Sisyphe – Essai sur
ㅤl’absurde, 1942), Livros do Brasil/Porto Editora,
ㅤ(2016), pág. 114
ㅤ⁵ Fyodor Dostoyevsky, Os Irmãos Karamazov –
ㅤVolume II, Relógio D’Água, (2012)
ㅤ⁶ Albert Camus, Mito de Sísifo - Ensaio sobre o
ㅤabsurdo (Le Mythe de Sisyphe – Essai sur
ㅤl’absurde, 1942), Livros do Brasil/Porto Editora,
ㅤ(2016)
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𝂅 ✿゙͜㈞̸ ː 𝖠𝗎𝗍𝗈𝗋𝗂𝖺 𝖾 𝖾𝗌𝗍𝖾́𝗍𝗂𝖼𝖺 𝖽𝖾 𝓜𝗈𝗋𝗀𝖺𝗇𝖺.
ㅤㅤㅤㅤ ㅤ #TeamColumnist



Comments (6)
S
Caraca, irmã. Os seus blogs são os melhores da Asako: são ricos em conteúdo e bem editados. Embora eu partilhe mais das visões de mundo de Emil Cioran nesse tipo de questão.
Não diria os melhores, mas ficou lisonjeada por ter essa visão pelos conteúdos que produzo com bastante esforço. Obrigada, e realmente, Cioran também tem bastante do meu apreço.
ELA É UMA MAQUINAAA
Lançou a braba mais uma vez
KKKKK let's go